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Teatro com lotação esgotada
Teresa Isabel Nicolau · quarta, 7 de novembro de 2012 · Numa versão reduzida por cortes orçamentais, o auditório do Teatro das Beiras recebe, até dia 10, mais uma edição do Festival de Teatro da Covilhã. O programa mantém espectáculos ao fim-de-semana para adultos e, de segunda a sexta-feira, para alunos do ensino básico. |
Programa do festival condicionado por cortes orçamentais e sede desajustada |
21979 visitas Um leque de peças marcado pela temática da memória e da condição humana é o que o Festival de Teatro da Covilhã oferece ao público até sábado. Fernando Sena reconhece que “é complicado fazer uma programação que conjugue a disponibilidade económica e a estrutura física do Teatro das Beiras, com um palco muito pequeno”. Ainda assim, garante o diretor artístico o, programa "tem qualidade”. António Baptista é espectador assíduo desde a primeira edição. “Já houve festivais que, durante duas semanas, quase todos os dias havia uma peça de teatro. Era quase uma inflação de espetáculos”, recorda. Há 35 anos com a sede numa antiga fábrica adaptada, a companhia Teatro das Beiras, diz Fernando Sena, mantém “a esperança de ter um dia um teatro polivalente”. Para o organizador, “ver a casa cheia na abertura” do festival foi bom, até porque, salienta, “foi a primeira vez que o Teatro Constantino Nery veio à Covilhã”. Em “A Casa Encantada”, peça encenada por Luísa Pinto, os personagens são vários artistas de diversas áreas do pré-surrealismo. Na primeira metade do século passado, “partilharam o drama de se sentirem muito sós na multidão. Trabalharam tudo menos a sua identidade”. Os objetos descontextualizados do surrealismo e a psicanálise de sonhos fragmentados procuram fazer o espectador perceber que a busca da identidade pode terminar quando souber valorizar o que parece não ter importância. Com o mesmo título do filme de Alfred Hitchcock (“Spellbound”), o espetáculo desenvolve-se em movimento, entrecortado em três atos pelo “separador” do tema “Perfect Day” (Lou Reed). Como processo de reflexão, com o método crítico-paranoico, a cena do quadro de Salvador Dali serve de pretexto. É o grito de alerta do Actor para a solidão do processo criativo. O olho no cenário coloca espectador e artista no mesmo plano. Observam-se mutuamente. Afinal, como diz Samuel Becket, “tudo é trágico-cómico”. No Festival de Teatro da Covilhã, o público infantil pode assistir, em sessões às 11 horas e às 14h30, a vários espetáculos: dia 5, «Eram os 7 Medos do Pedro» (D’Orfeu Associação Cultural); dia 6, «Há lobos sem ser na serra» (Baal17 Teatro); dia 7, «Salamaleque» (Teatro Extremo); dia 8, «Amor Flor» (Encerrado para Obras). Também sexta-feira, às 21h30, a companhia Escola da Noite leva à cena «Novas diretrizes em tempos de paz». A encerrar o Festival de Teatro da Covilhã, sobe ao palco a peça da ACTA «Cavalo Manco Não Trota». |
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