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Mudar o sistema para proteger doentes
Tânia de Jesus · quarta, 31 de outubro de 2012 · O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, defende que os doentes são o elo mais fraco de todo sistema é por isso urgente uma relação estreita entre médicos e utentes. |
Covilhã recebe congresso nacional de medicina interna |
21980 visitas O bastonário juntou-se a mais de 300 congressistas entre estudantes, médicos especialistas de 32 hospitais nacionais e outros profissionais de saúde na XIX Reunião Nacional do Núcleo de Medicina Interna dos Hospitais Distritais. O congresso realizou-se nos dias 26 e 27 de outubro, pela primeira vez na Covilhã, sob a organização do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB). José Manuel Silva considera “inaceitável que se afirme que o SNS é insustentável” na medida em que é um “serviço com qualidade, de baixo custo, que não excluí ninguém à partida e que gasta menos de seis por cento do Produto Interno Bruto (PIB)”. “Sejam rigorosos em termos científicos e em termos de custos mas não permitam que ninguém vos impeça de tratar os vossos doentes da melhor forma possível”, apelou o responsável. A redução do investimento público no SNS pode, segundo Elisa Pereira, presidente do Núcleo de Medicina Interna dos Hospitais Distritais, colocar em causa a viabilidade de muitos hospitais a nível nacional. A presidente admitiu que o núcleo tem procurado “manter um diálogo com as administrações hospitalares, com o ministério da saúde e com os colegas de profissão”. O objetivo é “fazer mais com menos custo, mas sempre privilegiando o doente, oferecendo-lhe os melhores cuidados, independentemente de se tratar de um hospital central ou periférico”, assegurou Elisa Pereira. No caso do CHCB, Margarida Ascensão, presidente do congresso, afirmou que tem havido a “necessidade de direcionar os recursos, que são de facto reduzidos, para aquilo que é realmente importante e emergente”. A médica internista do CHCB garantiu, no entanto, que o hospital nunca recusou, até ao momento, nenhum tratamento por falta de meios, não conseguindo prever se tal continuará a ocorrer no futuro. Carlos Casteleiro, diretor do serviço de gastroenterologia do CHCB, sublinhou que o centro hospitalar se encontra “subfinanciado” e que os estatutos devem ser revistos pela tutela. “O estatuto que este hospital deve ter, e que várias entidades já o demonstraram é o de hospital central. O mesmo deve ser dado não só com palavras, mas com obras e atos, dado que não é possível, na situação atual, o CHCB continuar a ser financiado desta forma”, asseverou. Apesar da crise que assombra o setor da saúde em Portugal, Nuno Silva, médico há dois anos e aluno do primeiro ano de medicina interna, garante que é “fácil encontrar emprego nesta área”, pois “o próprio mercado permite que a entrada de novos profissionais de medicina se faça com celeridade”. A XIX Reunião Nacional do Núcleo teve como principal objetivo a atualização de conhecimento, o convívio e a divulgação da região. No congresso foram apresentados 189 trabalhos científicos, 122 em forma de pósteres, 67 comunicações orais, das quais 12 eram casuísticas. No final da XIX Reunião Nacional foram distinguidos congressistas com menções honrosas e atribuídos os prémios aos melhores trabalhos. |
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