O Centro Hospitalar Cova da Beira abriu as portas à comunidade para a comemoração da 6ª Semana do Bebé. Esta cerimónia decorreu entre os dias 8 e 13 de outubro. No seminário de dia 12 procurou-se analisar, expor e debater os “Novos desafios da parentalidade”.
Na primeira mesa intitulada “A ternura dos quarenta”, Paulo Santos, do Centro Hospitalar de Tondela-Viseu, apresentou o tema da parentalidade tardia. O médico indicou que na origem desta tendência estão as condições económicas, carreira profissional e condições psicológicas. Indicou as vantagens, desvantagens, os riscos e a experiência de se ter um filho tardiamente.
Seguiu-se a partilha de uma experiências do casal Maria José Lizardo Clarinha e Luís Correia Clarinha, da Covilhã, que aos 40 anos adotaram dois filhos apesar de já terem dois filhos biológicos.
“Parentalidade na adolescência” foi o tema da segunda mesa. Paula Carvalho, docente do Departamento de Psicologia da UBI, apresentou o carater pertinente e necessário de se ter um bom “programa nacional de saúde” que inclua uma educação sexual adequada ao meio escolar. A gravidez precoce “é um problema de saúde pública”, referiu Paula Carvalho. Um bom plano de saúde pode fazer descer a percentagem de partos na adolescência dos atuais 4,2 para os 3 por cento. “Há muita coisa feita, muita coisa bem feita, mas é necessário saber que ainda há um caminho muito longo a percorrer”, sendo necessário um acompanhamento de equipas multidisciplinares, salientou Paula Carvalho.
João Gomes, ginecologista no CHCB, foi o segundo orador desta mesa tendo abordado questões como as características dos adolescentes e as mudanças que o físico e o psicológico sofrem durante todo o processo, salientando que “a idade do início da adolescência tem vindo a descer”. De acordo com a OMS, 11 por cento do total mundial de partos são partos de jovens entre os 15 e os 19 anos. De seguida sublinhou a importância de uma “educação sexual dos jovens e dos educadores”, da necessidade de acompanhamento por parte de profissionais em consultas de planeamento e da importância da prevenção com recurso a métodos contracetivos.
A apresentação terminou com uma intervenção de João Paulo Mineiro, moderador da mesa, que destacou a necessidade de “promover uma maior educação para a saúde e a educação sexual”. Na perspetiva do diretor da Escola Secundária Quinta das Palmeiras, “promove-se cada vez mais uma atuação interdisciplinar com a constituição de equipas onde possam estar médicos, psicólogos, professores e outros experts na área. É neste sentido que as escolas trabalham”, concluiu.