Os movimentos cívicos onde se incluem empresários, autarcas e outros responsáveis por instituições comerciais não calam a sua revolta. No último dia de setembro, o secretário de Estado das obras públicas e transportes anunciou o fim das isenções que foram dadas a empresas e residentes nas áreas geográficas servidas por estas rodovias.
Sérgio Monteiro apontou à comunicação social como justificação para este desfecho o facto da Comissão Europeia não aprovar as dez passagens gratuitas a que os residentes tinham direito, todos os meses. Para este membro do governo, todos os utilizadores têm de pagar o mesmo valor pela utilização destas vias. Daí que, as tarifas cobradas até aqui a estrangeiros e não residentes passem agora também a ser cobradas a residentes. O secretário de Estado acrescentou apenas que o atual valor irá ter um desconte de 15 por cento.
Para o “Movimento Contra as Portagens na A23, A25 e A25, esta é mais uma forma “do governo atacar aos cidadãos e as empresas”. Os representantes deste movimento cívico dizem que o desconto de 15 por cento nas tarifas “não é mais do que uma forma do Governo tenta fazer passar a ideia de que decidiu qualquer coisa de benéfico para as populações e as empresas dos distritos servidos, mas o que acaba de anunciar é pior do que a situação existente até agora”. Para este movimento, o que está em causa é o fim de vias essenciais de comunicação entre as várias regiões. Vias que não apresentam estradas alternativas sem cobrança de portagens e portagens que “só agravam a difícil situação de muitas empresas e contribuem para um maior empobrecimento dos cidadãos”. Para os membros deste movimento, a única solução é a do fim das portagens. Nesse sentido, estão já agendadas diversas ações de protesto em várias cidades dos distritos de Viseu, Castelo Branco, Guarda e Vila Real.
A este movimento junta-se um grupo de empresários que espera conseguir reverter a situação. Estes membros agendaram diversas reuniões com grupos políticos e estão a promover um baixo assinado que pretende recolher o maior número de subscrições. Uma iniciativa que tem como intuito levar a debate na Assembleia da República a aplicação ou não de portagens nestas vias.