António Almeida Henriques, secretário de Estado adjunto da economia e do desenvolvimento regional foi quem acabou por assinar o contrato de financiamento para a construção de mais uma barragem nas Penhas da Saúde. A cerimónia, que teve lugar na passada semana, na Câmara da Covilhã vem acrescentar mais um capítulo à autêntica novela que se faz em volta deste caso.
Isto porque, tal cerimónia tinha estado já agendada anteriormente e era o nome de Álvaro Santos Pereira que estava apontado para o documento. O ministro da Economia deslocou-se à Covilhã, onde acabou por ser apupado por um conjunto de manifestantes, mas foi também já na “cidade neve” que deu conta da sua indisponibilidade para assinar o contrato de financiamento.
Tudo porque, um conjunto de concelhos vizinhos à Covilhã, que integram o sistema multimunicipal das Águas do Zêzere e Côa (AZC), endereçou a Santos Pereira, uma missiva que informava o titular da pasta da Economia sobre a situação da autarquia covilhanense em relação àquele sistema. Depois de ter conhecimento da situação, o ministro adiou a assinatura do contrato, que só acabou por acontecer, no passado dia 20, já pela mão do secretário de Estado.
Sabe-se agora também que os mesmos municípios apresentaram uma providência cautelar no Tribunal Administrativo de Castelo Branco, contra o próprio ministério. Amândio Melo, presidente da Câmara Municipal de Belmonte, foi um dos subscritores da carta enviada a Santos Pereira e também da providência agora interposta. Para o autarca, que explicou o caso à Rádio Cova da Beira, “não se trata de bloquear a construção de nenhuma infraestrutura, mas apenas da salvaguarda dos direitos dos restantes municípios”. Isto porque, sustenta o presidente de Belmonte, “a Covilhã deveria ter integrado a AZC” e como tal não se verifica “não se pode discriminar positivamente apenas o município da Covilhã”. Para além disso, os 13 municípios pretendem também ver resolvidos os problemas que dizem ter na faturação da água, com a não entrada da Covilhã na AZC.