“Plágiofobia” foi o tema de um fórum sobre uma das mais más práticas que se encontram nas academias. O evento, promovido pela Comissão de Ética da Faculdade de Ciências da Saúde, juntou docentes e alunos num mesmo espaço para debater esta prática.
A cópia de trabalhos, de informações, de todo o tipo de produções científicas é uma prática que tem vindo a crescer entre os estudantes, daí que se trata de um autêntico flagelo, segundo os organizadores. O debate pretendeu avaliar as formas mais comuns que se têm assinalado, mas também, quais as posições que devem ser tomadas para que este tipo de situação não se repita.
Com o acesso a um cada vez maior número de fontes, a cópia de trabalhos e outras informações tem vindo a crescer no seio dos alunos universitários. Para além disso, “a dificuldade crescente de detetar a cópia leva a que muitos optem por esta prática”, começa por explicar Joaquim Viana, um dos oradores do seminário que falou sobre “As definições existentes e as interpretações possíveis e recomendadas”.
Segundo os especialistas, a Internet é neste momento o meio mais utilizado pelos alunos para conseguirem trabalhos que “são depois copiados na íntegra ou em partes”. Para os oradores, um dos pontos que mais deve ser frisado nas academias é o de que “copiar é um ato ilícito, é um crime”. A consciencialização dos estudantes para esta matéria deve ser um dos caminhos a percorrer no sentido de se minimizarem os casos de plágio. Daí que para Joaquim Viana, “a formação dos alunos seja um assunto essencial para as universidades”.
Durante este evento, que abordou várias áreas científicas, demonstrando que as práticas de plágio são transversais, foi apontados também alguns meios de detecção e de proteção, bem como, formas de punição que passam pelos docentes ou pela academia, mas que podem chegar à própria justiça e aos tribunais. Tudo para mostrar que “o plágio não é apenas uma questão da cópia de trabalhos é um ato ilícito e uma falta de integridade académica”.
De entre as várias soluções apontadas pelos participantes, destaque para algumas práticas que os docentes podem tomar na avaliação dos trabalhos dos seus alunos, bem como a utilização de ferramentas, nomeadamente recursos informáticos, que podem detetar ou ajudar a identificar possíveis cópias, em caso onde exista dúvida. Nesse sentido, não basta apenas solicitar a realização de trabalhos académicos aos alunos, mas apontar-lhe também alguns formas de consulta de dados, e sobretudo, a interpretação e apresentação dos mesmos. No entender dos membros da organização, “as universidades devem ter normas internas do que é lícito e ilícito e terem ações educativas”.
O combate ao plágio “passa também pela formação dos alunos e pela forma como eles fazem as suas pesquisas e trabalhos”, acrescenta Joaquim Viana. Para este docente, a questão do plágio ou da cópia de trabalhos ou outras matérias, ganha contornos cada vez mais vastos e não pode ser analisada de uma forma isolada. Daí que a promoção deste tipo de iniciativas tenha também como meta o esclarecimento de várias questões sobre o mesmo.