Terminar com as freguesias rurais do concelho da Covilhã está fora de questão para o Partido Socialista. José Armando Serra dos Reis, novo presidente da Comissão Política Concelhia do PS apresentou as principais linhas da proposta que os membros deste partido vão discutir em sede do grupo de trabalho designado pela assembleia municipal para este assunto.
De acordo com este responsável, a reorganização administrativa do concelho deve passar apenas pela junção das quatro freguesias da cidade, dando origem a apenas uma nova junta. Mais do que esse ponto “é inconcebível para o PS”. Recorde-se que o memorando da troika prevê a redução significativamente o número de municípios e freguesias. Nesse sentido, o atual executivo governamental, composto pelo PSD e CDS, elaborou a Lei 22/2012 que visa a Reorganização Administrativa do Território. Linhas orientadoras que se traduzem “num documento de fraca qualidade técnica e política. Houve um oportunismo político do PSD, não respeitando a dignidade e verticalidade dos eleitos locais”, sublinha Serra dos Reis.
Como o novo responsável pelo PS Covilhã pretende “uma comissão ativa face às problemáticas que envolvem os nossos munícipes”, a proposta agora apresentada aos cidadãos e posteriormente à assembleia municipal “representa um trabalho profundo e técnico e uma auscultação alargada de autarcas do nosso concelho”. Serra dos Reis apela assim à união das freguesias em torno desta temática. Algo que parece nem sempre acontecer, tal como justificou com a posição de alguns autarcas na última assembleia municipal, “onde havia já freguesias aos tiros umas às outras”. Para o PS, a “união faz a força” e por isso mesmo “no município devem manter-se todas as freguesias rurais e a agregação de todas as freguesias do lugar urbano”. Desta forma, a Covilhã procede a uma redução de dez por cento das suas freguesias e “faz a sua parte”, nesta matéria.
O antigo presidente de junta lembra que no mundo rural, como é grande parte do concelho serrano, o genérico dos serviços básicos prestados à população são, por norma, prestados pelas juntas de freguesia e ou estão concentrados nas suas sedes. Logo, “extinguir ou agregar freguesias rurais é quase como que acabar com o último sopro de vida das populações do interior, pois é à junta de freguesia que as pessoas vão expedir correspondência, levantar a sua reforma, preencher o IRS, receber informações e aconselhamentos, entre outros”.