A demonstração do equipamento foi feita na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior para técnicos da instituição e do Centro Hospitalar da Cova da Beira.
Além da hipertensão, o sistema de telemonitorização vai poder acompanhar à distância outras doenças, como diabetes, insuficiência cardíaca ou doença pulmonar obstrutiva crónica. O sistema é composto por um pequeno aparelho de medição da pressão arterial que comunica sem fios com um telefone informando os médicos do estado dos doentes e lançando alertas, se necessário.
“O utente também recebe informação de volta, para saber como está a correr o processo, e o sistema vai recordá-lo na altura em que for necessário fazer novas medições ou tomar medicação”, explicou o clínico. “Isto não substitui a relação presencial entre a equipa de saúde e os utentes, mas permitirá reduzir as deslocações a consultas de controlo e melhorar a recolha de dados”, acrescenta Miguel Castelo Branco.
O projecto de investigação da FCS foi aplicado a 50 doentes do Centro Hospitalar da Cova da Beira, escolhidos aleatoriamente, em comparação com outros 50 acompanhados no hospital. O estudo decorre durante um ano. Nesta primeira fase destina-se a doentes hipertensos. “Infelizmente continua a haver problemas graves de controlo de doenças crónicas a nível mundial e a hipertensão é um exemplo claríssimo: afecta 25 por cento da população de todas as idades e sabemos que só uma pequena percentagem está controlada”, disse Miguel Castelo Branco. “Ou seja, os dados mostram que temos que introduzir novas soluções para reduzir o risco de problemas graves que venham a limitar a qualidade de vida dos doentes”, justificou o médico do Centro Hospitalar da Cova da Beira.
Numa segunda fase, além da hipertensão, o sistema de telemonitorização vai poder acompanhar à distância outras doenças, como diabetes, insuficiência cardíaca ou doença pulmonar obstrutiva crónica. Além do Instituto Austríaco de Tecnologia que fornece o equipamento de medição de pressão arterial, a FCS estabeleceu um acordo com a operadora de comunicações Optimus para o fornecimento de telemóveis que serão usados pelos doentes. O investimento da FCS no projecto é superior a 100 mil euros.