As várias forças partidárias com presença na Assembleia Municipal da Covilhã, à exceção do Partido Comunista Português, vão analisar as novas linhas impostas pelo governo, em matéria de organização do mapa administrativo, e propor ao membros representantes do concelho algumas soluções. Está em causa o fim de várias freguesias na zona da Covilhã.
Segundo as informações transmitidas aos deputados municipais, as instruções vindas de Lisboa apontam para que um mínimo de oito freguesias sejam extintas. No caso da Covilhã, a autarquia serrana e mesmo a assembleia municipal mostraram já abertura para as atuais quatro freguesias que compõem a cidade sejam reunidas numa só entidade. Contudo, os moldes agora desenhados pela tutela fazem com que mais freguesias tenham de “desaparecer”. Na última reunião da Assembleia Municipal da Covilhã foi criada uma comissão para analisar este tema e apresentar algumas propostas.
Este conjunto de deputados municipais e presidentes de junta conta com elementos dos vários partidos presentes na assembleia, à exceção do PCP. Vítor Reis Silva, membro eleito por esta força partidária, sublinhou que PCP “não faz parte de comissões liquidatárias”. Já pelo lado do PSD, vão estar presentes três deputados, do PS, dois e um deputado pelo Bloco de Esquerda e outro pelo CDS. O principal enfoque o trabalho a ser desenvolvido por este grupo, é o de apresentar propostas para a redução de freguesias no concelho. Quanto às restantes forças partidárias, o líder da bancada do PSD, Bernardino Gata, espera que se encontre, com esta comissão, um consenso em torno da escolha das atuais freguesias, que o devem deixar de ser e, desta forma, “minimizar os efeitos negativos da lei”. Também José Miguel Oliveira, novo líder da bancada socialista após a demissão de Nélson Silva, mostrou abertura por parte desta força política em “ouvir as populações e estudar o caso”. Até porque, frisou o deputado socialista, “qualquer que seja a decisão do PSD, esta pode ser aprovada pela maioria sem necessitar dos votos do PS”.
Isilda Barata representa o CDS e uma voz crítica em todo este processo. A deputada municipal lembra que “até agora ainda não foi transmitida qualquer razão válida para que se acabem com as freguesias”. Por último, António Pinto, do Bloco de Esquerda, espera um consenso em torno do tema e que “a comissão encontre o melhor resultado possível nesta matéria”.
Para já, a autarquia vai esperar pelas indicações que o grupo de trabalho irá apresentar à assembleia. O edil mostra também expectativa na capacidade desta comissão de trabalho encontrar uma solução de consenso alargado em torno de um matéria tão sensível como a fim de várias freguesias.