O desafio chegou em cima da data, mas apesar disso, os membros da recém formada agência de marketing de guerrilha “Gula” não viraram costas à possibilidade de conceber uma campanha de lançamento de um produto associado a uma operadora de telemóveis.
Os três mentores da agência reuniram esforços com outros três funcionários e avançaram para aquela que se viria a tornar uma das mais positivas campanhas de marketing de guerrilha em Portugal. Todos estes seis elementos que compõem a nova estrutura com sede na Covilhã, para além do gosto por este tipo de área partilham também a sua ligação à Universidade da Beira Interior.
Um dos projetos desenvolvidos e apresentados no festival de música “Optimus Alive 2011” foi agora premiado pelo “Clube de Criativos Portugueses”, “uma espécie academia dos óscares na área da publicidade. Existem muitos segmentos e o nosso terceiro lugar foi conseguido na categoria de ‘ativação da marca’. Para uma agência que está agora a assinalar o seu primeiro ano de atividade e que concorria ao lado de outras empresas com várias décadas no mercado penso que esta distinção ainda é mais significativa”, avança Rudolfo Quintas, responsável pela equipa criativa e docente na academia. Esta distinção chegou à “Gula” através do evento que foi desenvolvido especificamente para a apresentação de uma marca. “Criámos todo o projeto aqui, desde o seu software, até à estrutura do palco, à interligação dos elementos, entre outros aspetos. Este foi um projeto pioneiro em Portugal e único no mundo pela forma como fizemos a ação, isto é, usar telemóveis para tirar fotografias e com essas imagens criar o efeito ‘Matrix’, uma imagem só a rodar a 360 graus. Através deste evento físico pretendemos e conseguimos gerar notoriedade à marca através da campanha online”.
No entender do responsável criativo “este é um bom ‘case-study’ do tipo de trabalho que está a ser desenvolvido pela nossa empresa que passa pelo marketing de guerrilha e promoção online”. Geralmente o marketing de guerrilha desenvolve uma ação publicitária com baixo custo, mas elevada criatividade e potencialidade de atingir um largo número de pessoas. A título de exemplo, uma campanha publicitária já a passar na televisão e outros meios “pode chegar aos 200 mil euros, quanto que uma campanha de marketing de guerrilha e viral pode ficar por menos de um décimo deste valor, ou menos”, esclarece Quintas. Neste caso era isso que acontecia, “as pessoas iam para a plataforma, era feito um conjunto de imagens que posteriormente ficavam compostas por nós na referida imagem de 360 graus, que era disponibilizada no Facebook da Optimus. As pessoas para verem o resultado final tinham de aceder à página da operadora de telemóveis nesta rede social, votar e partir os vídeos e assim promover a marca. Em quatro dias de festival fizemos 734 vídeos com várias pessoas em grupo e acabámos por conseguir milhares de divulgações. Para além disso, através deste conceito, aplicando a tecnologia e o conhecimento à criatividade, conseguiu-se uma grande repercussão com um baixo orçamento”, diz o docente da academia e um dos mentores desta spin-off da Universidade da Beira Interior.
Hugo Borges, Rudolfo Quintas e Hugo Antonelo compõem o grupo de jovens que deu origem a esta ideia. De áreas diferentes como o design, a gestão e o marketing, uniram-se para dar vida a uma das spin-off da academia beirã e num ano de vida contam já na sua carteira de clientes com marcas como a Optimus e Fiat, entre outros. A trabalhar já no espaço da Rua Marquês D’Ávila e Bolama estão também três licenciados na academia, “atestando que todo este projeto e os seus resultados acabam por ser a face visível de um enorme esforço de toda a equipa”.