A ter lugar no núcleo da Real Fábrica Veiga, na tarde do passado dia 18, o tributo a Elisa Pinheiro, docente e investigadora da UBI, permitiu ao atual diretor do museu, António Santos Pereira, enaltecer todo o legado deixado pela antiga diretora. A sessão contou ainda com a presença do reitor João Queiroz, que agradeceu publicamente o “trabalho de uma vida” da investigadora e deixou uma mensagem de “boas-vindas” à nova revista do museu, a ubimuseum.
“Pensei que se tratava apenas de uma pequena associação minha à revista, não estava à espera que transbordasse desse lançamento”, confessou Elisa Pinheiro, após ser-lhe atribuído o papel de “principal impulsionadora de todo o projecto”.
O Museu dos Lanifícios da Universidade da Beira Interior é um projeto que teve o seu início ainda no mandato do primeiro reitor da UBI, Cândido Manuel Passos Morgado, em 1989, com a finalidade de criar um espaço museológico com capacidade para recuperar e preservar o património patente na área das tinturarias pombalinas da Real Fábrica de Panos.
Inaugurado em 1992, os objetivos do museu passaram por desenvolver uma intervenção que preservasse o património arqueológico industrial, para que fosse possível contextualizar e divulgar as tecnologias associadas ao processo industrial dos lanifícios da indústria da “Manchester Portuguesa”.
Passados dez anos, o MUSLAN cresceu e assume uma divisão polinucleada com três núcleos museológicos (Real Fábrica de Panos, Real Fábrica Veiga e Râmolas do Sol) e com várias distinções é tido pela UNESCO como um dos melhores museus têxteis europeus.
A segunda metade da sessão seguiu com a inauguração da primeira edição da revista anual do Museu dos Lanifícios, disponível gratuitamente para download. De cariz científico e académico, esta edição é constituída por oito artigos redigidos por diferentes antropólogos, historiadores e investigadores que abordam temas que percorrem a história patrimonial portuguesa, desde a indústria dos lanifícios à museologia contemporânea.
O diretor da revista e do museu, António Santos Pereira, afirma que o projeto se trata de “uma ligação ao planeta na esfera da alta cultura contemporânea e da ciência”. Quanto às suas expetativas em relação às futuras edições da revista, diz estar “ciente das dificuldades”, muito por culpa da exigência científica por detrás dos artigos que a compõem.