Na chuvosa noite de 13 de abril, Tiago Rebelo foi recebido na Covilhã para ser o convidado do Café Literário deste mês. Jornalista de profissão, tornou-se romancista e depois de mais de uma dezena de livros publicados diz que “vive mais para escrever do que para falar”.
Manuel da Silva Ramos, o assíduo apresentador destes “cafés” apresentou algumas das obras do autor e como é habitual, o questionário Proust fez parte da noite e caracterizando-se como “tímido”, o jornalista foi revelando mais um pouco de si. “Um escritor não escreve só livros, é também uma figura pública” referiu Tiago Rebelo, acrescentando que a divulgação é necessária para que conheçam o seu trabalho.
Com 17 obras publicadas e na sua maioria romances, o autor descartou a ideia de que era um escritor de histórias de amor porque escreve “um pouco sobre tudo”, variando no género. “O amor é inevitável, faz parte da vida e portanto contar histórias que não têm amor não tem tanto interesse” explica o autor que acredita que “a história de vida simples de qualquer pessoa dá um livro”.
A noite prosseguiu para as habituais questões do público, a pedido do próprio convidado que, sucintamente, esclareceu aos convidados as suas dúvidas sobre o seu trabalho. O jornalista considera que escreve de “uma forma muito visual” para que “as cenas permitam uma visão”. A reflexão não é o seu principal objectivo, explica, mas também gosta de “fazer o leitor pensar”. Profissional da comunicação, Tiago Rebelo considera que “a passagem de uma profissão para a outra é natural”, quando questionado sobre a influência do jornalismo na sua escrita. “Ser jornalista é contar histórias verdadeiras e este ‘defeito profissional’ ajuda em termos conceptuais para escrever a história”.
Numa última mensagem aos estudantes e recém-formados, o jornalista garante que para quem quer seguir esta área “a vida já era difícil antes e agora é ainda mais difícil”. Numa área com poucas oportunidades de emprego, o escritor argumenta que “a persistência é talvez a nossa melhor amiga quando pretendemos muito alguma coisa na vida e não devemos nunca desistir”. A noite passada no Goldra Cyber Café ainda contou com um momento musical prestado pelo grupo de cantares tradicionais portugueses “Trovas ao Luar”, da casa do Oriental de S. Martinho, orientado por Francisco Mota.