Analisar as ementas das escolas e propor alterações na qualidade e quantidade são alguns dos pressupostos do projeto “Rede de Alimentação Saudável na UBI e nas Escolas”. Inês Campos, nutricionista da academia, começa por explicar que “esta primeira análise às ementas será feita tendo em vista a qualidade das mesmas. O objetivo passa por perceber o que está bem e o que está mal nas ementas. No final vamos propor uma modificação que tem por base as orientações do ministério. Para além disso podemos ainda fazer as fichas técnicas das refeições para que as quantidades sejam cumpridas e para que se evitem os desperdícios nas cantinas”.
Este projeto vai decorrer na universidade e nas escolas parceiras; duas secundárias na Covilhã e duas no Fundão. Um dos grandes propósitos desta iniciativa “é o de explicar as quantidades de comida que são apresentadas no prato”, processo que será feito até ao final do ano letivo. No próximo ano estão programados eventos de trabalho que reúnem toda a comunidade, nomeadamente os alunos e os pais. “Vamos efetuar uma série de palestras sobre alimentação saudável, nas escolas parceiras do Fundão e desenvolver alguns cursos de formação”, acrescenta a nutricionista que supervisiona toda a iniciativa. Este tipo de atividades partilhadas revela-se “importante para os pais, porque os miúdos até podem fazer estas coisas na escola, mas depois têm de ter uma continuação em casa”. Alterar as consciências e os hábitos da comunidade escolar está assim nos pressupostos dos mentores deste projeto.
Nesta relação entre a academia a escolar da região existe um outro ponto de atuação. Promover eventos que levem a uma melhor escolha na alimentação fazem parte deste desafio. Nesse sentido, Inês Campos fala numa feira de produtos tradicionais e na implementação de uma horta escolar. Este último intento pretende criar espaços onde os alunos cultivem produtos que podem depois ser consumidos nas cantinas das respetivas escolas.
Estas alterações nas ementas das cantinas escolares estão ainda a ser aplicadas na própria universidades. Inês Campos revela que as ofertas alimentares “estão modificadas e contam com o novo cálculo nutricional. Até ao momento temos tido bons resultados, mas a fase de adaptação aos novos pratos e quantidades traz sempre algumas reclamações”: para além da mudança nas ementas há ainda a sublinhar a alteração nas quantidades servidas. “Temos de pensar que com a crise existem alunos que a única refeição que fazem ao longo do dia é a da cantina e reduzir a quantidade é complicado”, ainda assim, diz a nutricionista, o objetivo é que as pessoas se alimentem com intervalos de tempo menos espaçados e com quantidades pensadas.
Para os bares “vamos também desenvolver menus de alimentação saudável. Neste momento existem já algumas novidades, mas ainda estão bastante condicionadas aos produtos que temos. Mas ainda assim é muito difícil mudar hábitos alimentares”, confessa a responsável por esta área.
Com referido, as alterações nestes hábitos, “não são fáceis, nem rápidas, mas acabam por ganhar cada vez mais relevância no contexto de saúde pública”. Os responsáveis académicos estão confiantes que todo o projeto e os seus parceiros tenha os resultados previstos.