O Anfiteatro 8.1 do polo de Engenharias recebeu, no passado dia 13, um seminário em Educação Tecnológica com o tema da “Reciclagem de Equipamentos Informáticos” que contou com a presença de Rui Teixeira, engenheiro e administrador da empresa ReciSmart que se dedica exclusivamente a este tipo de reciclagem.
Rui Teixeira explicou o complexo funcionamento do processo de transformação do material informático em metais preciosos ou reciclagem de materiais como o plástico ou o metal. O primeiro consiste no desmantelamento e triagem do material que chega à empresa, dividindo-o por categorias: chapas de ferro limpas, alumínios, cabos elétricos, placas de circuito interno, discos rígidos e plásticos seguem caminhos diferentes.
Enquanto as chapas de ferro seguem para um processo metalúrgico e os alumínios para a fundição, todo o restante material segue para o processo seguinte, o de fragmentação. É aqui que se trata da homogeneização da mistura, passando por três etapas que irão reduzir o material a peças que não podem exceder no final os 8mm de tamanho. Através deste processo é extraído o cobre, do qual se faz a eletrolise e se obtém a escória que, ao contrário do que se possa imaginar, é rica em metais como o ouro e prata. Toda esta escória é levada para fornos conversores que, pouco a pouco, irão fazer a separação do chumbo, da prata e do ouro, fase longa e de “muita paciência”, explica Rui Teixeira.
“As pessoas pensam que os seus computadores velhos não têm valor nenhum, mas é precisamente o contrário, se for reciclado apropriadamente acaba por ser uma fonte de materiais preciosos que não afeta o meio ambiente, como acontece com as minas de extração”, adianta ainda o responsável.
Para além destes metais, a reciclagem do material informático permite a sua reutilização em indústrias como a automóvel ou a de construção, e talvez mais importante na indústria do plástico, algo que leva a “existirem neste momento muitas empresas interessadas em entrar nesta área”, conclui Rui Teixeira.