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Desertuna: dez anos a promover cultura na Covilhã
· quarta, 18 de abril de 2012 · Corriam 20 dias do mês de Novembro do ano do Senhor de 2002, quando um grupo de sete amigos decidiu acabar de vez com o marasmo e a monotonia das noites da Cidade Neve. O objectivo a que se propunham era simples; criar um projecto sério que dignificasse a mui nobre Universidade da Beira Interior e por conseguinte a Cova da Beira: assim nasceu a Desertuna Tuna Académica da Universidade da Beira Interior. |
A Desertuna comemora este ano dez anos de existência. Foto de Lara Silva |
21967 visitas A Desertuna – Tuna Académica da Universidade da Beira Interior, comemora este ano dez anos de existência e iniciou os festejos com a organização do X Festubi - Festival da Universidade da Beira Interior. Pela nona vez consecutiva, a tuna realizou o festival no Teatro Municipal da Covilhã e mais uma vez conseguiu encher por completo a sala. Este ano o Festubi contou com a presença de quatro tunas a concurso: os Tunídeos – Tuna Masculina da Universidade dos Açores, a Tuna TS – Tuna de Tecnologia de Saúde do Porto, a TUM - Tuna Universitária do Minho e a Tunadão1998 – Tuna do Instituto Politécnico de Viseu. O festival iniciou-se na sexta-feira, dia 13 de Abril, com a Monumental Serenata que devido ao mau tempo se realizou no teatro Municipal da Covilhã e não na Praça do Município, como estava previsto. O início da serenata ficou marcado com a participação especial do grupo "Fado Livre" um grupo de fado nortenho. A festa prolongou-se noite dentro nos “Leões da Floresta”, com a banda “OSÍRIS” e as tunas a animar o ambiente onde o bagaço com mel foi presença obrigatória. Na tarde de sábado, as tunas animaram as ruas e alguns cafés e bares da cidade com o tradicional Passa Calles. Nem a chuva parou os tunos de tocarem e animarem aqueles que pelas suas circulavam. O espectáculo no Teatro Municipal da Covilhã começo às 22h, tendo sido apresentado por Pedro Neves tuno honorário da Desertuna. A primeira tuna a abrilhantar a noite foi a tuna anfitriã que brindou o público com um vídeo onde mostrou os melhores momentos destes dez anos de existência. De seguida entrou em palco a Tunadão 1998, que iniciou a sua actuação com a interpretação do tema de Amália Rodrigues “Covilhã Cidade Neve”. Com uma actuação bastante aplaudida, esta tuna conseguiu levar para a sua cidade o prémio de "Melhor Pandeireta", juntamente com os Tunídeos, o de "Tuna mais Tuna" e "Tuno mais Toninho", que foi entregue ao tuno BooBoo.A terceira tuna a subir a palco foi a Tuna TS, que animou o público com o tema, “Oxalá te Veja” de Orquestrada. A quarta tuna a mostrar todo o seu espírito em palco foram os Tunídeos, que de muito longe trouxeram o humor e brincaram com a situação em que se encontra o nosso país. O público aplaudiu e os Açorianos conseguiram arrecadar o prémio de "Melhor Passa Calles", "Melhor Porta-Estandarte", "Melhor Instrumental", "Melhor Tuna" e, em conjunto com a Tunadão, o prémio de "Tuna mais Tuna". A última tuna a concurso em palco foi a TUM, e não passou despercebida ao público que lhe atribuiu o prémio de "Tuna do Público": a serenata intitulada por “Tunalmente Molhado” valeu-lhe o prémio de "Melhor Serenata" e ainda conseguiram levar para o Minho o "Prémio de Melhor Solista". O espectáculo continuou com mais surpresas que a tuna anfitriã preparou para o público: a primeira foi a apresentação do vídeoclip oficial do tema “Covilhã” e de seguida apresentou juntamento com um grupo de cordas e oboé da Epabi a balada “Sinfonia de um Beijo” um original da Desertuna. O tema “Odisseia”, uma peça da autoria de Rodrigo "Saxoman" Raposo, elemento da Desertuna, é uma peça inspirada na obra de Luís Vaz de Camões - Os Lusíadas - colocou todo o teatro a aplaudir de pé. Pedro “Bimbas” Gonçalves, caloiro da tuna, destaca a importância deste tema para a Desertuna: “esta música realça o poder que a nossa nação tem e a energia nela transmitida dá-nos forças para que o nosso povo continue a lutar e continue a ultrapassar todos os obstáculos, como foi o caso do “Adamastor”. Nós portugueses, somos um povo glorioso e de conquistas”, disse. A Desertuna fecha o X Festubi com chave de ouro ou oferecer uma capa típica da Académia a Pedro Neves Tuno Honorário da Desertuna. O júri que avaliou as tunas foi composto por: Jorge Reis Silva, membro do Orfeão da Covilhã, Diana Neves, membro honorário da tuna e sempre que pode ensaiadora de vozes da Desertuna e também elemento do Coro misto da Beira Interior, Edgar Araújo, professor de percussão no Conservatório Regional de Música da Covilhã e na Academia de Música e Dança do Fundão e drummer na Banda “Osíris”, Paulo “cagão” Valério, Xá da Desertuna e foi membro do grupo musical “Festa Brava”, como teclista e Nuno Maricato, membro activo e acordeonista da Imperial Neptuna Académica - Tuna Académica da Cidade da Figueira da Foz. A festa prolongou-se pela noite dentro, numa primeira fase em frente ao Teatro Municipal e depois numa discoteca da cidade. Para terminar o festival que assinalou os dez anos, no domingo realizou-se um almoço convívio. Daniel “Xeque Careca” Petrucci um dos fundadores da Desertuna afirmou que é “com muito esforço, e muitas batalhas travadas, que o FESTUBI tem vindo a crescer e creio que ao final de dez edições é um evento que está mais que consagrado e assim se vê pela quantidade de pessoas que espera pelo evento para se deslocar à única sala de espectáculos da Covilhã uma vez por ano". Também por isso considera que a Desertuna, merece o reconhecimento por todos aqueles que a seguem e apoiam. "Eu só sinto orgulho e obrigação de agradecer esse apoio. Não há palavras que descrevam as emoções, as memórias, as caras que passaram pela minha mente durante o tempo que estive com os meus irmãos naquele palco! São dez anos de Orgulho, Esforço, Dedicação e depois de um FESTUBI destas dimensões, Glória”, rematou Daniel Petrucci. O Magister da Desertuna Luís “505” Dias revelou que a maior dificuldade na organização deste festival “foi a crise devido à falta de patrocinadores". Apesar das dificuldades, mais uma vez o FESTUBI teve lotação esgotada. |