O Sindicato de Professores da Região Centro (SPRC) pede à ACBI “que seja cumprido um direito fundamental de qualquer trabalhador: a justa retribuição pelo trabalho prestado”. Em carta aberta a esta instituição, o sindicato aponta para falta de pagamento de salários relativos ao mês de junho de 2011.
Segundo a entidade sindical, a associação cultural contactou diversos professores no sentido de desenvolverem iniciativas profissionais no âmbito das Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC), no concelho do Fundão. Trabalho realizado no ano passado, mas que, segundo o SPRC, até hoje não tinha sido pago. A intervenção sindical junto da escola foi realizada a pedido dos docentes que continuam sem receber os seus dividendos.
Numa primeira fase, os representantes do SPRC reuniram com o presidente da direção da ACBI que, “em diálogo franco e aberto, nos informou de ter recebido as verbas contratualizadas com a Câmara Municipal do Fundão para este serviço, em agosto de 2011, mas que, por dificuldades financeiras, as referidas verbas tinham acabado por ser ‘absorvidas’ por outros compromissos. No entanto, comprometia-se a pagar a estes professores assim que a associação fosse ressarcida de dívidas para com ela, em meados de janeiro de 2012”.
Antes da data acordada, o sindicato voltou a lembra a associação do compromisso mantido, mas passados três meses desde o início de 2012, o ordenado ainda não tinha sido pago na totalidade, uma vez que a ACBI pagou metade da dívida nos últimos três meses. O diálogo com a instituição tem sido mantido através de missivas que apresentam “o muito desânimo e apreensão por parte dos professores que sempre acreditaram que a palavra e o compromisso da associação seriam honrados”.
O SPRC entende que a crise que assola o País “afeta muitos, especialmente os mais desfavorecidos e frágeis e também estas associações que têm de ‘esticar’ os seus parcos recursos a muitos compromissos, porém, há situações e situações”. Neste contexto, os responsáveis sindicais dizem que “é completamente inadmissível que se arraste tal afrontosa dívida”. Sindicato e professores reconhecem “o valor artístico e mérito à ACBI”, e pois isso mesmo mantêm a esperança de que a situação será resolvida o mais rapidamente possível.