São números preocupantes aqueles que o Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social (ODES), da Universidade da Beira Interior, agora divulga. No mais recente estudo desta estrutura é apresentada a evolução do desemprego na Covilhã, Castelo Branco e Guarda. Uma análise feita entre os anos de 2005 e 2012.
Pelas contas de José Pires Manso, catedrático em Economia na UBI, existem 3562 pessoas inscritas no Centro de Emprego da Covilhã. Uma fasquia que representa o valor mais alto de toda a Beira Interior. No entender deste cientista social, que apresenta o estudo em conjunto com André Camoesas e João Mota, “em termos médios e no período 2008 a 2012, o desemprego cresceu 14.3 por cento ao ano em Castelo Branco, 12.4 por cento na Guarda e 4.3 na Covilhã”. O concelho serrano apresenta, ainda assim uma redução no número de inscritos do centro de emprego.
Pires Manso diz que segundo os dados recolhidos pelo ODES “de Janeiro de 2005 para Janeiro de 2012 houve uma redução de 7.8 por cento do número de desempregados no concelho da Covilhã, o que corresponde a uma média anual de 1.1 por cento, mas de Janeiro de 2008 para Janeiro deste ano houve um acréscimo global de 17.1 por cento”. Apesar da redução global do desemprego a Covilhã continua a ser o concelho da Beira Interior com maior número de desempregados. Ao todo são 3562 pessoas sem trabalho contra 3017 em Castelo Branco, ou seja, mais 545, e 2575 da Guarda, mais 987, dados referentes a Janeiro deste ano.
O catedrático afirma que a evolução do desemprego na Beira Interior, “particularmente nos três maiores concelhos é preocupante, com graus de gravidade diferentes de uns para outros destes centros; a Covilhã continua a ser a campeã do desemprego com 3562 desempregados em Janeiro de 2012, mas foi o único destes três concelhos onde houve uma redução efetiva do desemprego desde Janeiro de 2005 até à atualidade”. Já o concelho da Guarda, com o encerramento da Delphi e outras empresas aí sediadas foi o concelho onde o crescimento do desemprego foi maior “se tivermos em atenção o período que vai de Janeiro de 2005 a Janeiro de 2012 com um acréscimo global de 54.8 por cento do número de inscritos nos cadernos do desemprego do IEFP”.
Neste sentido, o estudo agora desenvolvido pelo observatório diz também que o desemprego na Guarda tem tido uma tendência fortemente crescente desde Janeiro de 2005 até à atualidade tendo passado de 1663 para 2575, um acréscimo de 912 pessoas, “facto que já se refletiu claramente na redução do número de habitantes do concelho entre 2001 e 2011, quando nos dez anos anteriores – de crescimento da Delphi – tinha tido o maior aumento da zona centro do País com cerca de 5000 pessoas”.