A escritora foi a convidada escolhida para a sessão do Café Literário do mês de Março na Covilhã. A autora do livro “Até já não é Adeus” falou abertamente da sua vida, dos seus pais, e da forma “estranha” como foi criada. A noite da passada terça-feira, 13 de Março no Café Comfusão começou ao som do quarteto de saxofones da Escola Profissional de Artes da Beira Interior (EPABI).
“Cristina Carvalho tem uma grande e rara qualidade, a sua escrita fogosa e cativante arrasta-nos com ela”. Já escreveu mais de meia dúzia de livros, nos quais os temas são muito diversificados. Não esquece os problemas da sociedade como mostra em “A casa das Auroras” onde “faz uma crítica impiedosa à igreja e ao falso celibato dos padres, às rígidas professoras de religião e moral, aos homens que fazem uso de violência doméstica e às falsas santas que abusam da fé das pessoas”, explica Manuel da Silva Ramos.
Cristina Carvalho mostrou ser uma pessoa divertida e de bem com a vida em todos os momentos. Tem “uma maneira própria de lidar com os problemas e de arranjar soluções” como a própria refere. Falou dos seus amores e desamores, dos três filhos, e do seu percurso de vida perante um auditório composto por cerca de duas dezenas de pessoas.
Filha de Rómulo de Carvalho (António Gedeão) e de Natália Nunes, ambos escritores, Cristina teve uma infância muito ligada à literatura. Quando entrou para a escola já sabia ler e escrever, mas confessa que “preferia ter tido uma infância como as outras crianças. Até aos sete anos vivi isolada numa quinta em Coimbra, com os meus pais, duas pessoas estranhas”.
A escritora afirmou ser pouco conversadora e não gostar de falar sobre si, “sou uma pessoa igual a tantas outras e prefiro que sejam os que me conhecem a pronunciarem-se sobre mim. Prefiro escrever do que falar, mas estou sempre de bem com a vida.” Cristina desenvolveu o gosto pela escrita muito jovem, e hoje dedica-se a tempo inteiro a esta actividade. Diariamente escreve entre 10 a 12 horas e neste momento está a preparar-se para lançar uma biografia sobre António Gedeão/Rómulo de Carvalho.