Foi essencialmente através da curiosidade de investigação que Francisco Paiva construiu o seu mais recente livro. Uma publicação que surge através da análise de um conjunto de espaços dedicados às manifestações culturais.
“Auditórios: Tipo e Morfologia” examina um conjunto paradigmático de edifícios destinados a espetáculos, “procurando a filiação geométrica, compositiva e programática desses modelos. O livro é um ensaio teórico sobre a noção de tipologia e morfologia, isto é, o modo como as diversas categorias de edifícios destinados a espetáculos podem ser analisados à luz do seu carater tipológico, ou seja, do seu aspeto mais essencial, ao nível da planta e isso ajuda-nos a categorizar os próprios imóveis”, explica o docente.
A forma de teatros, salas de música e auditórios, “embora fortemente condicionada pela evolução dos meios técnicos de produção e exibição das obras, não é alheia ao significado do repertório e demais fenómenos que repercutem na receção das diferentes artes performativas”. O livro compreende um ensaio sobre tipologia, quase autónomo, estudos de caso e conclui com a evidenciação dos partidos morfológicos presentes nalguma arquitetura contemporânea, em particular na obra de Moneo. A par das questões teóricas que suscita, “esta abordagem proporciona o entendimento integrado de diversos fatores que influem no projeto deste tipo equipamentos, considerando a disposição da orquestra e do público, a cenografia e as limitações acústicas”.
Por outro lado trata da evolução dos edifícios destinados aos espetáculos, desde a Grécia até à atualidade e tem um contributo final “que consiste numa análise morfológica da arquitetónica da forma. Tenta-se também aqui avançar com alguns aspetos sobre a forma como a comunidade se relaciona com estes espaços”, acrescenta Francisco Paiva.