Vieram de diversas localidades da Beira Interior com um único objectivo, aprender mais sobre a física e todas as suas implicações no quotidiano. Mais de um centena de alunos marcou presença no Masterclasse 2012.
Diversas provas e experiências marcaram o dia de atividade que reuniu na Covilhã estudantes do básico e secundário vindos de Pinhel, Fornos de Algodres, Fundão, castelo Branco, Covilhã, entre outras localidades. Sandra Soares, docente do Departamento de Física da Universidade da Beira Interior e organizadora local desta jornada científica explica que, “os desafios lançados aos alunos são semelhantes aos do ano passado, mas a parte final da avaliação é algo diferente porque eles têm um concurso final género “quem quer ser milionário”.
Este tipo de evento, que decorre em várias instituições europeias, é tutelado em Portugal pelo Laboratório de Instrumentação e Física Experimental (LIP). Despertar o interesse dos jovens para esta área científica é uma das principais metas deste desafio que se repete todos os anos. Para além desse objetivo, existe ainda a intenção de “desmitificar algumas ideias feitas em torno destas áreas”. Algo que tem vindo a ser atingido ao longo das várias edições deste evento. Sandra Soares é a primeira a garantir que “o interesse dos alunos por estas áreas está a mudar. Fruto destas iniciativas começa-se já a registar um número significativo de alunos do secundário que quer seguir física”. Os vários eventos desenvolvidos na dinamização da física têm vindo a juntar-se a um conjunto vasto de outras atividades que mostram o vasto leque de aplicações deste campo científico. Daí que muitos sejam os jovens alunos interessados em frequentarem cursos superiores nesta área.
Este tipo de aulas coletivas acaba por mostrar “que a física também se aprende de forma divertida e que a sua aplicação é multifacetada”, diz a docente. Sandra Soares acrescenta, neste âmbito, que um dos grandes problemas, neste momento, “está do lado da academia”. “Veja-se o caso da UBI que não tem nenhuma licenciatura nesta área, mas tem todo um Departamento de Física e os recursos humanos qualificados, entre outros aspetos, mas não há um aluno”. Alterar este cenário é um dos focos principais da ação deste professores que têm conhecimento de alunos que querem seguir física e têm de o fazer noutras universidades, porque aqui não existem cursos nessas áreas.
“Estas atividades acabam por desmistificar aquela imagem de que a física é um bicho-de-sete-cabeças. A física é algo tão simples, que se pode aprender a brincar”, diz a responsável. Para tal “há também a fazer um alerta às escolas da nossa cidade, porque a maior parte dos alunos que integra este tipo de eventos não vem destes estabelecimentos, mas sim de fora do concelho e do distrito”. No caso desta masterclasse, grande maioria dos alunos veio de Pinhel, Guarda, Fornos de Algodres, Castelo Branco, Belmonte. “Como temos aqui a universidade esperava que a maior parte dos alunos participantes neste evento viesse aqui da Covilhã”, confessa a docente do Departamento de Física da UBI.
Para além dos alunos portugueses, o evento que decorreu durante todo o sábado na academia, contou pela primeira vez com alunos de São Tomé e Príncipe. Uma participação que a responsável espera que se repita e ganhe ainda mais membros.