A substituição das locomotivas por automotoras no serviço de Intercidades entre a Covilhã e a capital levou dois deputados socialistas a questionar o ministro da Economia sobre este assunto. Para Hortense Martins e Paulo Campos, esta alteração veio reduzir a qualidade do serviço e afastar clientes.
Segundo os deputados do PS, “a substituição das locomotivas por automotoras com mais de 30 anos no serviço de Intercidades na Linha da Beira Baixa resultou numa medida com prejuízo em termos de conforto, tempo de percurso e comodidade, que tem suscitado inúmeras queixas dos utentes”. A isto se junta a “suspensão do serviço de autocarros que assegurava a ligação entre a Guarda e a Covilhã, deixando os utentes sem qualquer solução alternativa”.
O assunto ganhou chega agora à Assembleia da República através destes eleitos que lembraram os investimentos realizados na linha, com a sua eletrificação até à Covilhã. Nos últimos anos foram ali aplicados 350 milhões de euros do Estado que estão agora a ser desaproveitados. A estrutura remodelada comporta locomotivas com velocidade média de 160 km/h, “mas agora estão ali a circular automotoras que têm mais de 30 anos, oriundas dos serviços suburbanos da Linha de Sintra, apresentam um nível de conforto em nada comparável às anteriores composições, sem qualquer vocação para as viagens de longo curso”.
Uma medida que os socialistas consideram gravosa para a mobilidade das populações dos distritos de Castelo Branco e Guarda, “na medida em que o Governo, em simultâneo, iniciou a cobrança de portagens na A23, sem qualquer alternativa rodoviária credível”.
Um conjunto de perguntas que lembram também a decisão governamental de suspender a ligação Guarda e a Covilhã, feita por autocarro desde 2009. Desde essa altura que a linha se encontra encerrada para obras e o serviço era feito por rodovia, contudo, desde o final de fevereiro que tal foi suspenso. “Esta decisão do Governo é tanto mais estranha na medida em que o contrato com a empresa que assegurava o transporte alternativo só terminaria no final do corrente ano”, reiteram os dois socialistas.
Motivos suficientes para os dois deputados lerem nestas decisões governamentais linhas de ação que “pretendem condenar as populações do distrito de Castelo Branco aos níveis de mobilidade da década de setenta do século passado sempre com a justificação, cada vez mais gasta, da crise e do memorando de entendimento com a troika”, rematam.
Entre o conjunto de questões colocadas ao ministro esperam agora ter resposta sobre a forma como a CP pretende travar a perda de passageiros no serviço de Intercidades da Linha da Beira Baixa e também qual a data prevista para a reativação do troço ferroviário entre a Covilhã e a Guarda.