O laboratório de ressonância magnética nuclear, instalado na Faculdade de Ciências da Saúde, traduz um avultado investimento da academia na investigação. Diversos equipamentos de apoio estão agora prontos a funcionar em pleno e os potenciais utilizadores começaram já a ser formados.
As aplicações da tecnologia da ressonância magnética estão espalhadas por diversos campos científicos. Desde a medicina à química, passando pela farmácia, bioquímica e até física, muitas são as aplicações deste tipo de tecnologia, no que diz respeito à evolução científica.
A academia beirã tem vindo a instalar um laboratório de ressonância magnética nuclear e passa agora a ser a única universidade do interior do País a ter um equipamento desta natureza. Formar técnicos e investigadores para explorarem as potencialidades deste tipo de aparelhagem científica foi o principal intuito de um curso prático que decorreu na passada semana, naquela faculdade. Uma iniciativa que teve a orientação de Eurico Cabrita, docente e investigador da Universidade Nova de Lisboa e responsável nacional pela rede de 19 laboratórios de ressonância magnética nuclear que estão instalados em solo luso.
Carla Cruz, a investigadora responsável por este novo laboratório na academia começa por explicar a necessidade deste tipo de formação. Segundo Carla Cruz, as aplicações científicas são diversas e daí a necessidade de transmitir “formas de utilização e aplicações práticas dos equipamentos aos investigadores interessados”. Neste primeiro evento participaram 52 pessoas de vários Departamentos que estão integrados em projetos de investigação da área da bioquímica, química medicinal, medicina, entre outras”. Carla Cruz refere também que aposta passa por abrir à comunidade a utilização deste tipo de recurso. Daí que o apoio a investigações ou necessidades de estruturas hospitalares, escolares e industriais de organismos da zona centro seja outra das preocupações desta responsável. A investigadora lembra que “estes equipamentos têm várias aplicações e por isso, a formação em causa serviu também para dar a conhecer alguns desses trabalhos e dessas potencialidades. Para além disso procurámos também transmitir técnicas por forma a conseguir que as pessoas fiquem independentes na sua capacidade de trabalho”.
No que diz respeito ao trabalho feito na UBI, “temos apostado sobretudo em investigações que passam por seguir o perfil metabólico de pessoas que têm diabetes e conseguir acompanhar a evolução do tratamento e do paciente ao longo do tempo, temos também a síntese de aplicações de novos fármacos num determinado alvo biológico. No grupo de biotecnologia utilizamos também esta tecnologia para analisar o tipo de interações que existem no DNA, mas também para melhoramento da purificação do DNA plasmídico”.
Para Eurico Cabrita, este tipo de formação serve também para “promover a que pretendem dar acesso aos investigadores a equipamento de topo de gama e a um investimento elevado por parte do Estado, mas também passar a experiência de académicos que já desenvolvem trabalhos com este tipo de aparelhagem e ajudar os colegas a desenvolverem os seus próprios projetos”. Este responsável garante que a investigação que decorre em Portugal, nesta área, é semelhante à que é feita no estrangeiro, sendo que, a grande desvantagem reside essencialmente no maior número de investigadores estrangeiros.