Paulo Macedo, ministro da Saúde, veio à Covilhã dar posse à nova equipa do Centro Hospitalar da Cova da Beira. O responsável governamental levou para Lisboa a recado deixado por Miguel Castelo Branco que vai no sentido de desburocratizar a atual legislação.
O docente da Faculdade de Ciências da Saúde e clínico do CHCB confessou a vontade própria e dos restantes envolvidos em assumir as funções de presidente da FCS e do centro hospitalar. Tal, “esteve à beira de acontecer e poderia até ter valido como experiência de modelo de articulação. No entanto, apesar de bem vista a solução pela maioria dos responsáveis, a legislação portuguesa, demasiado regulamentadora e, em muitos aspetos excessivamente restritiva, não o permitiu”, diz Miguel Castelo Branco. Ainda assim, o anterior presidente da faculdade e agora responsável máximo pelo CHCB diz-se disposto a todos os esforços para cimentar ainda mais a relação interinstitucional. O clínico lembra que “a relação entre o CHCB e a UBI tem sido boa desde sempre e constitui um dos aspetos de maior potencial na região para desenvolvimento e criação de riqueza. A aproximação entre a FCS e o hospital poderia ter atingido, atualmente, uma nova dimensão se tivesse sido possível aproveitar a coincidência de uma só pessoa a assumir a lideranças das duas instituições”.
Na cerimónia de tomada de posse, Castelo Branco incidiu sobretudo na interligação entre a instituição universitária e as valências hospitalares. O principal desafio a que este médico e docente se propõe é o da criação de um Centro Médico Académico. Estrutura que deverá reunir três grandes pilares, como são “instituições de saúde, escola médica e centro de investigação e poderá ser uma outra visão para esta necessária parceria e otimizar o processo de articulação entre instituições tuteladas por dois ministérios”. Para além desta estrutura, o CHCB irá também disponibilizar um Centro de Ensaios Clínicos para a área da farmacologia e dos dispositivos médicos e Centro de Ensaios que possibilitará o ensaio de novos produtos farmacêuticos e também de dispositivos médicos e disponibilizará a projetos iniciados pelo investigador ou pela indústria, um recurso adequado para o desenvolvimento das fases da sua avaliação clínica.
“O facto de sermos o hospital nuclear da Faculdade de Ciências da Saúde acarreta consigo exigências de apoio que defenderemos na discussão com os nossos parceiros seja na criação de um Centro Médico Académico ou noutro modelo que, entretanto, seja colocado em cima da mesa”, diz o agora responsável hospitalar. Este espírito de criação de pontos de comunicação assume-se como uma das funções de trabalho da nova equipa diretiva. “O CHCB assumirá as suas responsabilidades, promoverá e estimulará a investigação, e inovação partindo dos seus profissionais, e procurará facilitar a relação com os investigadores das mais diversas áreas do saber, alimentando a área da translação no CICS ampliando, no terreno da saúde, as vantagens já obtidas pela proximidade e fácil relação existente”.
Numa época em que o assumir de funções de gestão é, antes de mais, “um ato de responsabilidade e cidadania e uma tarefa árdua e exigente”, todas as parcerias e projetos comuns devem ser explorados ao máximo. Conhecedor profundo de todo o processo de criação e desenvolvimento, quer da UBI, quer da Faculdade de Ciências da Saúde, Miguel Castelo Branco recorda também que foi o ensino superior, na região, que capacitou e capacita cientificamente, contribui, cria riqueza e defende as populações que aqui vivem e procura fixar e atrair jovens, sejam eles médicos, enfermeiros, técnicos, docentes ou investigadores”.
A passagem do ministro da Saúde pela região contou ainda com uma visita à Faculdade de Ciências da Saúde. O responsável por aquela área conheceu as instalações e alguns dos projetos de investigação que são desenvolvidos na Universidade da Beira Interior. Momento aproveitado pelos diversos responsáveis para lembrar a importância, quer da instituição de ensino superior, numa primeira fase, quer da criação da faculdade, posteriormente, no desenvolvimento social e económico de toda a Beira Interior.