Os velhos jornais, as embalagens de papel e cartão e todo o tipo de papel que se vai acumulando no dia-a-dia podem agora ajudar na compra de alimentos para os mais carenciados. A ideia de recolher papel usado e trocar este por fundos, veio da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares. O Banco Alimentar Contra a Fome – Cova da Beira abraçou já a ideia.
Os Bancos Alimentares iniciaram uma campanha “Papel por Alimentos” com contornos ambientais e de solidariedade no âmbito da qual o papel angariado (jornais, revistas, folhetos, etc.) é convertido em produtos alimentares. Qualquer pessoa pode depositar o papel recolhido no armazém do BACB, na Quinta da Alâmpada, Boidobra, nas primeiras três segundas-feiras do mês, das 1430 às 1630 horas e nas primeiras três terças-feiras do mês, das 9.30 às 12.30 horas. Trata-se de uma forma de levar as pessoas a juntarem o papel usado e dar-lhe um destino que não seja o caixote do lixo.
Esta campanha “integra-se num ideal mais vasto de sensibilização para a importância do papel de cada pessoa na sociedade e para a possibilidade de recuperar e reutilizar coisas que parecem não ter valor e pretende envolver todas as pessoas e entidades que se queiram associar, nomeadamente a administração pública e local e voluntários particulares”, sublinham os membros do banco alimentar.
Esta ação vai ser desenvolvida em parceria com a Quima, empresa de recolha e recuperação de desperdícios, que por cada tonelada de papel recolhido vai entregar o equivalente a 100 euros em alimentos, indicados pela Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares. Com este valor, os diferentes bancos alimentares vão depois poder comprar produtos alimentares para distribuírem pelas pessoas mais necessitadas. A campanha permitirá incentivar o voluntariado, desde logo porque todo o papel recolhido terá que ser depositado pelos doadores nas instalações do Banco Alimentar Contra Fome da sua região.
A campanha tem também uma ambição de mudança de mentalidades e atitudes. Para o efeito foram produzidos toalhetes de refeição, através dos quais se pretende difundir a ideia de que é possível ser solidário se se tiver atenção à possibilidade de doar ou reciclar bens que, à primeira vista, parecem não ter valor, neste caso, o papel. E para chegar aos mais jovens, serão colocados toalhetes de refeição precisamente com esta mensagem em cantinas de universidades e escolas.