O décimo aniversário da Enforce vai ser comemorado com o maior investimento de energia fotovoltaica na Roménia. A empresa localizada na Covilhã, criada e dirigida por antigo aluno da Universidade da Beira Interior, vai criar uma central fotovoltaica numa área de 20 hectares, junto a Bucareste, capital da Roménia.
João Nuno Serra é o responsável por toda esta ação. Um dos projetos portugueses mais arrojados dos últimos tempos que se realiza fora de portas. O conhecimento adquirido ao longo dos anos na Covilhã, experimentado no projeto piloto da “horta solar do Ferro”, desenvolvida pela Enforce e também na central fotovoltaica da Amareleja, confere bases suficientemente sólidas para implementar agora a maior central deste género naquele país de Leste. Um investimento de 25 milhões de euros, que conta com cinco milhões de capitais próprios e 20 milhões financiados pela banca romena. Aproveitar o sol romeno e essencialmente “mostrar as nossas capacidades neste domínio”, começa por explicar o responsável máximo da empresa sedeada no Parque Industrial da Covilhã. Num terreno de 20 hectares, vão ser instalados 42400 painéis solares que em funcionamento apresentam uma produção de 10 MW de energia. A construção desta central, a maior daquele país, arranca já no próximo mês de Maio e vai permitir abastecer cerca de três mil habitações, o que representa consumos de energia de 12 mil pessoas. O fundador da Enforce garante que esta “aventura” apresenta vantagens em todos os sentidos. Para além de servir de montra daquilo que a empresa consegue fazer, é também uma forma de internacionalização da mesma, procurando novos territórios de ação e um ganho de verbas que “acabam por regressar à casa mãe”, sublinha.
“Um projeto que revela excelentes níveis de retorno do investimento, para além do envolvimento social que vai criar naquele país”, atesta o antigo aluno da academia. Esta central vai servir também “para visitas de escolas e universidades, passando pelas visitas dos potenciais clientes que irão permitir à Enforce afirmar-se como um verdadeiro player, naquele mercado”. João Nuno Serra confessa mesmo que, “temos já contratos firmados com outras empresas romenas para apostar em eventos semelhantes”. A Enforce tem, naquele país, ações que se vão prolongar e crescer nos próximos anos. À Roménia junta-se também Espanha, Angola, Moçambique e Brasil.
Um dos maiores investimentos portugueses no estrangeiro conta com o apoio dos bancos romenos. Para isso ajudou a investigação e todo o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido até aqui. Iniciativas que contam também com a ajuda da UBI. Nuno Serra começa por explicar que “não é possível ir à Roménia dizer o que é a Enforce se não tivéssemos por detrás um projeto como a horta solar do Ferro. Este é um pequeno projeto piloto que permite a quem nos esteja a analisar verificar que está perante um parceiro que sabe, que tem conhecimento técnico. Na hora de financiar e de ganhar a confiança para as entidades apostarem em nós, isso faz toda a diferença. E não é por acaso que uma empresa da nossa dimensão consegue montar um projeto de 25 milhões de euros na Roménia”. Já em relação à academia, as ligações têm sido muito boas e por parte das duas entidades têm sido promovidas em todas as oportunidades. “Temos um projeto que vai ser anunciado dentro em breve que é um projeto ligado à mobilidade elétrica, em que estamos a desenvolver uma estação solar para alimentar carros elétricos, onde a universidade está presente com quatro investigadores. Neste caso específico vamos pagar 20 mil euros à universidade, de assistência técnica e vamos tentar apresentar o projeto na Feira de Paris”.
Para já, Nuno Serra espera ganhar a aposta no mercado internacional e continuar com a “cultura de inovação e capacidade interna de crescimento” para desenvolver a Enforce.