É o mais recente espetáculo do Projeto Ruínas. “O corredor” apresenta-se como um espetáculo sobre o vazio existencial. “Um toque de absurdo e dois dedos de surrealismo. Uma comédia sinistra e ferrugenta, que sublima alguns dos mais rasteirinhos valores humanos. Um elogio à pequenez. Um alívio para o público”, dizem os membros do grupo.
Uma organização cultural que surgiu em 2001 e tem vindo a depurar-se formalmente, continuando porém a aprofundar as temáticas centradas no ser humano. Trabalhos como “O corredor” pretendem assim, segundo os responsáveis pela obra, “mostrar o ser humano falível, moralmente corrupto, emocional, sarcástico e verdadeiro”.
Nesta peça a atenção está centrada na personagem de Arnaldo, indivíduo “à beira do divórcio e da falência, que procura um sentido para a sua vida. Em má altura. O avô morreu, deixou o património da família a saque e as primas reclamam a sua parte”.
No casarão, repleto de futilidades mais ou menos valiosas, “os personagens vagueiam num ímpeto recoletor, memórias e culpa andam à solta como num filme de terror, cobrando a sua fatia da herança. A verdade, negada e escondida até ao limite, acaba por brotar na cave, jorrando pela biblioteca, inundando o jardim e a piscina”, acrescenta a sinopse da peça.
Um trabalho cujo texto e a encenação são da autoria de Francisco Campos, o espaço cénico e figurinos, de Sara Graça, a sonoplastia de Ricardo Freitas, o desenho de luz de Nuno Patinho e a interpretação fica a cargo de Catarina Caetano, Maila Dimas, Susana Nunes e Francisco Campos.