A Universidade da Beira Interior faz parte de um conjunto restrito de instituições que integram a Rede Portuguesa para o Desenvolvimento do Território (IT), uma associação sem fins lucrativos, que congrega a generalidade das mais importantes universidades e pólos tecnológicos portugueses em matéria de investigação e conhecimento nos domínios do Território e do Desenvolvimento Territorial. Pedro Passos Coelho presidiu à cerimónia de apresentação desta rede, na passada segunda-feira, 23 de janeiro, na Fundação Calouste Gulbenkian.
O principal foco desta organização, coordenada pelo Instituto do Território, passa por promover uma maior e melhor organização territorial dentro de fronteiras. A academia beirã passa agora a integrar um conjunto de projetos que ter como ponto central a criação de soluções, instrumentos e doutrinas que “permitam ao País defender melhor os seus recursos, aproveitá-los com mais inteligência e sucesso”, sublinham os responsáveis. A academia vinha já integrando as reuniões de trabalho da rede. Os membros vão agora “desenvolver conhecimentos científicos acerca do território nacional através de colaborações e intercâmbio de informação”, diz Rogério Gomes, presidente do Instituto do Território.
Para além da UBI, fazem parte desta rede a Universidade do Algarve, de Aveiro, dos Açores, a Universidade Nova de Lisboa e a Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, a que se juntam a Câmara do Fundão, a Escola de Treino de Mar, o Politécnico de Leiria e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil. Este conjunto de instituições vai desenvolver estudos, ações e medidas em vários domínios sociais, económicos, ambientais e outros, tendo em vista “uma melhor organização e administração do território”. Segundo Rogério Gomes, as áreas do desporto e do mar são duas novidades, onde as academias devem marcar forte presença. A defesa dos recursos nacionais, com destaque para o património cultural edificado e móvel, conservação dos recursos naturais e promoção social das populações são também campos de ação da rede. Neste contexto, a Universidade da Beira ganha um relevo ainda mais significativo, “uma vez que as preocupações também passam por áreas de baixa densidade populacional, como é o caso do Interior do País”, explica Vítor Cavaleiro, vice-reitor da instituição.
Resolver os problemas do território e avaliar as suas potencialidades com o apoio da academia é o mote da nova parceria. Desta forma, os mentores esperam que o corpo de inteligência nacional, presente nas instituições de ensino superior, se dedique às questões do território. Nessa perspetiva, o primeiro-ministro sublinhou a importância “da sociedade se unir e apresentar propostas concretas para o futuro”. Passos Coelho diz que “todos temos muito a esperar desta rede e dos seus membros, nomeadamente das universidades e dos politécnicos”. Estruturas a quem o chefe do governo pediu soluções eficazes e baratas para a problemática da dispersão territorial.