Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Viagem Tecida 20 Anos no Museu de Lanifícios da UBI
· quarta, 18 de janeiro de 2012 · Entre os dias 14 de janeiro e 1 de abril estará patente ao público no Núcleo da Real Fábrica Veiga, a exposição temporária de tapeçaria contemporânea de Maria Altina Martins. Pela terceira vez a autora expõe neste espaço museológico, reunindo peças de duas obras temáticas, Pátria Mundo e Foz Côa. |
Maria Altina Martins junto à sua peça de três metros e meio - DINAMENE. |
21950 visitas A inauguração da exposição “Viagem Tecida – 20 Anos” teve lugar no dia 14 de janeiro, pelas 17h30, no Núcleo da Real Fábrica Veiga do Museu de Lanifícios da UBI. Cerca de três dezenas de apreciadores da obra de Altina Martins marcaram presença nesta inauguração. “Pátria Mundo” e “Foz Côa” são as duas coleções apresentadas nesta exposição. A primeira é uma interpretação simbólica da época dos descobrimentos. A segunda, “Foz Côa”, retrata a analogia entre a antiguidade têxtil e a pré-história. Maria Altina Martins refere que esta exposição “é no fundo uma retrospetiva, uma vez que já tinha apresentado na íntegra estas duas peças , na Covilhã”. Estas obras são fruto de um trabalho de 20 anos que são compiladas pela autora nesta apresentação “Viagem Tecida”. Diferentes técnicas, dimensões e materiais que vão para além da lã, seda e algodão, dão um rosto de modernidade, memória, ritmo, cor e forma aos conceitos que a autora pretende transmitir. De um total de 17 peças, destacam-se: IDA, Infante D. Anrique (1994); DINAMENE, a Guerra e o Amor (1998/1999); TEMPO, Infância, Adolescência, Maturidade (2000); VIAJOR, Políptico de tapeçarias contemporâneas (1997/2000), entre outras. Esta forma de fazer arte entrou na vida de Aldina Martins ainda no seu tempo de escola. “A tapeçaria foi o caminho que encontrei para exprimir os meus sentimentos e emoções como qualquer outro artista”, diz a criadora da exposição. A sua formação académica influenciou muito a opção pela tapeçaria contemporânea que abrange diversos campos, desde a poesia à escultura, à pintura, à arquitetura, não perdendo a identidade têxtil. Para a autora, tudo é fibra, tudo é material plástico, tudo se molda. A inovação é a palavra-chave em todos os trabalhos de Maria Altina: “o nosso tempo é um tempo de descoberta, sempre como base a tradição, mas com a necessidade de inovar, vem connosco, é uma coisa da nossa era, pertence-nos e eu faço isso através das tapeçarias”. O “covil da lã”, como designa Altina Martins a cidade da Covilhã, é um museu da lã por excelência e a sua escolha faz todo o sentido. “A tapeçaria tem imensos materiais, mas a lã é uma constante presente aqui. É uma terra para mim acolhedora com pessoas que eu amo, que me estimam e que eu retribuo com o meu trabalho”. Esta exposição de tapeçaria contemporânea estará presente no Museu de Lanifícios da UBI até dia 1 de abril, de terça-feira a domingo, das 9h30 às 12h00 e das 14h30 às 18h00. |