A zona de expansão nascente da Covilhã será um dos locais a receber alguns dos trabalhos inseridos nas mostras que os responsáveis pelo curso de arquitetura da UBI estão a promover. Um conjunto de exposições que decorrem, quer nas instalações da academia, quer no Museu de Lanifícios e também na própria cidade, e que têm como ponto fundamental, “a mostra das capacidades desta formação”.
Também a entrada da Faculdade de Ciências da Saúde recebe uma das mostras, entre 16 de Janeiro e 29 de fevereiro, já o museu recebe a mostra “Cidades e Vazios Urbanos”, entre 16 e 27 de janeiro e a zona nascente da Covilhã, vai acolher trabalhos dos alunos entre 30 de janeiro e 29 de fevereiro. Trata-se de produções de alunos do terceiro, quarto e quinto ano, nomeadamente nas cadeiras de “Projeto”. Luis Moreira Pinto, diretor do curso de arquitetura explica que “existe muito o hábito de mostrar aquilo que fazemos, aliás, isso é um ponto essencial. A arquitetura tem uma área do ler, pensar, imaginar, mas também a parte de sentir a opinião de outras pessoas. É nestas alturas que nós percebemos se o nosso trabalho é bem aceite ou não o é, porquê e tentar perceber o que se passa. Caraterísticas que tentarmos incutir aqui na faculdade”.
Razões que levaram os membros responsáveis por aquela formação a promover este tipo de iniciativas. Abrir as portas à comunidade, apresentar os trabalhos desenvolvidos e a capacidades dos estudantes e receber considerações de quem aprecia as exposições são objetivos também pensados. “Este tipo de iniciativas serve também para mostrar o percurso certo e sério que independentemente dos professores ou outros, os alunos percorrem. Há uma avaliação mais séria, mais certa, do que é feito. Dentro do campo da arquitetura, nomeadamente no terceiro, quarto e quinto anos desenvolvem-se atividades intensas nestas áreas, no que respeita à concretização de trabalhos”, sublinha.
A ideia principal é a abertura e a interação com a comunidade. Pela primeira vez, este ano, a cidade vai ser um dos espaços de ocupação dos trabalhos da UBI. “A parte de intervenção a nível urbano resulta de um workshop que foi realizado pela professora Maria Suarez que o desenvolveu com docentes do Porto e aquilo que vamos apresentar é o resultado prático dessa iniciativa. Em paralelo temos também na Faculdade de Medicina uma exposição de trabalhos. Em relação aos alunos do quinto ano vamos ter uma exposição no Museu dos Lanifícios. Essa mostra vai ter um cariz menos estudantil e mais lúdico. Para estas apresentações, os alunos são induzidos a realizar trabalhos mais pensados para participarem em concursos de arquitetura. Essa exposição vai ter uma abertura oficial, com convidados que são feitos pelos próprios alunos. Vamos ter pessoas exteriores à academia, e isso é importante para levar os nossos trabalhos para fora da faculdade”, espera o diretor do curso.
Um momento que servirá também para a comunidade avaliar o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido. O mestrado integrado de arquitetura conta com oito anos e “o curso reflete ainda essa juventude”. Para Luis Moreira Pinto, “tem as vicissitudes que qualquer curso tem quando começa a ser preparado por pessoas que não são da área, tem vindo a ser adaptado, construído e temos tido bons resultados. Fico muito satisfeito quando os alunos que vão de Erasmus, ou que vão para outras faculdades e acabam por nos dizer que aquilo que aprendem aqui está muito à frente daquilo que estudam noutros locais e estamos no bom caminho”. Em termos de empregabilidade, este responsável lembra que “atualmente, estamos numa crise profunda, numa charneira. A arquitetura nova, como a conhecíamos, desapareceu. Estamos agora a alertar os alunos para uma consciência mais no campo da regeneração e a renovação, que é onde vão ter trabalho, que é importantíssimo. Mas mesmo assim, acredito que quem for realmente bom profissional vai continuar a singrar no mercado”, reitera.