A Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) recebeu nos dias 5 e 6 de janeiro um congresso sobre oncologia como o mote “Da prevenção à cura: um caminho multidisciplinar”. O evento, organizado pelos alunos finalistas de Ciências Farmacêuticas, contou com dezenas de participantes de todos o país.
Diagnóstico, rastreio e investigação em oncologia foram alguns dos temas abordados durante os dois dias no grande auditório da FCS. Foram ainda apresentados alguns projetos que estão a decorrer em vários centros de investigação do país nesta área.
No último painel do congresso estiveram presentes três oradores, sendo dois deles farmacêuticos hospitalares. Paulo Tavares, dos serviços clínicos do Hospital da Guarda, optou por uma exposição mais científica, abordando os vários tipos de marcadores tumorais, de forma a conseguir destetar-se se o doente tem, ou não, cancro. Ainda assim, o investigador diz que “não há nenhum marcador tumoral que seja útil para todos os tumores e/ou para todos os doentes”.
Maria Angelina Martins, farmacêutica nos Hospitais da Universidade de Coimbra, apresentou aos alunos aquilo que deve ser o papel de um farmacêutico hospitalar e que tipo de métodos deve usar para proceder corretamente ao seu trabalho. A farmacêutica afirma que o seu principal objetivo é melhorar a qualidade de vida do doente. Caso este “não tenha uma boa qualidade de vida, de que serve aumentar a sua esperança de vida?” contrapôs a oradora.
A última exposição esteve a cargo de Manuel Morgado, farmacêutico no Hospital da Covilhã, que fez uma abordagem aos citotóxicos, na maneira de preparação e administração nos doentes. O também docente da UBI, considera que o “farmacêutico hospitalar desempenha um papel importante no acompanhamento do doente oncológico” e que o “cancro é uma doença que requer tratamento prolongado e monotorização intensa”.
Ao longo dos dois dias de congresso, passaram pelo grande auditório da FCS cerca de 220 participantes, o que para a organização “excedeu todas as expectativas”. Com a realização deste evento os alunos finalistas pretendem mostrar aos restantes colegas que atividades como esta são importantes para complementar os seus conhecimentos académicos, salientou Rita Machado, presidente da comissão organizadora. A estudante espera ainda que este tipo de ações possa ter continuidade nos próximos anos.
Os alunos de Ciências Farmacêuticas mostraram-se satisfeitos no final do congresso. Cláudia Silva, aluna do quarto ano, acha que o tema da oncologia “é um excelente tema porque pode ser alvo de pesquisa da nossa parte e aqui tiramos bastantes ideias para trabalhos a desenvolver no futuro”. Marta Mendes, também ela aluna do quarto ano, refere que a área da oncologia é sua principal área de interesse a nível da saúde e que o congresso lhe deu ideias para desenvolver futuras teses de mestrado. A aluna diz ainda que esta é uma boa oportunidade para “estar em contacto com pessoas da nossa área e termos noção daquilo que vamos encontrar no futuro”. O congresso terminou com uma atuação da C’a Tuna aos Saltos – Tuna Médica Feminina da UBI.