“Se formos cortar, cortar, cortar, ficamos sem nada”, diz Pedro Paiva, novo provedor da misericórdia covilhanense. O empresário têxtil que tomou posse na passada semana garante que os primeiros passos a serem dados vão no sentido de conhecer a real situação daquela valência, ligada à Igreja.
Uma das metas da nova direção, que foi eleita após a demissão de Carlos Casteleiro, passa por reorganizar a instituição de solidariedade social que conta com 130 funcionários a desempenharem trabalhos num lar de idosos, em dois infantários e num centro de diagnóstico de saúde.
Para além de aprofundar o conhecimento sobre a real situação da misericórdia, Paiva acrescenta também a necessidade de voltar a recuperar “a credibilidade institucional”. Um trunfo necessário para apresentar juntos dos parceiros e credores da santa casa, nomeadamente a banca. Para tal, o novo provedor diz-se disposto a criar novas valências no seio daquele organismo e promover um leque de parcerias com várias entidades do concelho covilhanense.
Para o empresário, “antes de despedir funcionários temos ainda de apostar na criação de novas soluções. Temos de pensar no desenvolvimento da instituição e isso faz-se através de novas valências e não de despedimentos”. Contudo, a garantia não é total, uma vez que a nova direção está agora a tomar posse. Para além de Pedro Paiva, a direção conta ainda com Vítor e António Rebordão, Rui Lourenço, Rocha Pereira, Carlos Fortunato, Paulo Serra, Luís Simões e João Garrett.
Um dos pontos mais urgentes que a nova direção vai enfrentar é o do pagamento dos salários do mês de Dezembro. A anterior equipa, liderada por Carlos Casteleiro, não liquidou os ordenados de Dezembro, nem os subsídios de Natal dos funcionários. O Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública manifestou a “profunda preocupação” dos funcionários, que ficaram sem os seus vencimentos, “uma vez que o antigo provedor não se preocupou em honrar esses compromissos”, adiantou Carlos Bicho, dirigente sindical, à Rádio Cova da Beira.