O Urbi et Orbi completa a sua milésima edição. Criado no começo do ano 2000, aquele que é o mais antigo jornal universitário digital de Portugal celebra mil semanas de notícias com uma edição especial online e impressa, onde recorda alguns dos destaques que marcaram as suas mil edições, sem esquecer a atualidade, e reserva também espaço àqueles que fizeram e continuam a fazer parte, direta ou indiretamente, deste projeto.

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Nesta edição especial...


A primeira do Urbi


Depois de arrancar, a 31 de janeiro de 2000, com a sua edição zero, a edição 1 do Urbi et Orbi, uma semana depois, trouxe o primeiro grande destaque do jornal: a reeleição do então reitor Manuel Santos Silva.

Editorial

Anabela Gradim

Diretora do Urbi et Orbi


O Urbi@Orbi celebra a sua milésima edição esta semana. Mil números de publicação ininterrupta desde janeiro de 2000, altura em que editava o seu número zero com uma manchete sobre Tecnologias da Saúde e Politécnicos. É pois o decano dos jornais universitários digitais em Portugal. E embora todos esperássemos mudanças nesse início de milénio tão cheio de promessas, estes 19 anos trouxeram uma verdadeira revolução, de que o jornalismo e as empresas de media foram dos primeiros a sentir o impacto, mas cujas ondas de choque se vêm progressivamente alargando a toda a economia e a todos os setores de atividade.

Concebido como laboratório de iniciação ao jornalismo para os alunos do curso de Ciências da Comunicação da UBI, e como veículo de comunicação e divulgação de notícias junto da comunidade académica e da comunidade regional, os redatores foram desde o início estudantes que trabalhavam sob supervisão do chefe de redação e dos docentes de Atelier.

Embora já todos os jornais de âmbito nacional possuíssem páginas na web, a circulação de notícias através da Internet ainda estava no início, longe de ter o peso que hoje adquiriu, e o modelo de negócio que hoje a alimenta – baseado na economia da atenção e no pay-per-click – ainda não tinha tomado forma. Atualmente é tão poderoso que, exceção feita à China, está sob controle e monopolizado praticamente por duas empresas, afectando os conteúdos, a forma como são produzidos e re-circulados.

Mas em 2000 nada disto era previsível. A internet lenta, arcaica, e com poucos conteúdos de que dispúnha-mos, pensávamos que já era a materialização da Aldeia Global, e era apenas um começo. Coisas que não existiam em Portugal nessa altura: banda larga para uso doméstico, tarifas planas de Internet, smartphones, Internet móvel, televisão por streaming, App Store, Google Play, blogosfera, redes sociais, Apple Music, Spotify, Youtube, gig economy, AirBnb ou Uber, entre tantas outras.

Nestas mil edições, presenciamos o desenrolar de uma revolução não só no jornalismo – propósito primeiro do laboratório -, mas no ecossistema mediático e mais além. Atravessamos as décadas que nos levam de terceira à quarta, revolução industrial, que ainda não vemos, e de que só nos aperceberemos depois de termos chegado. Tempos de convulsão, portanto, e do seu reverso: oportunidade. Suportar a primeira, e aproveitar a segunda, é a missão do jornal.

Os alunos que no próximo ano derem os seus primeiros passos no Urbi já serão, na esmagadora maioria, mais jovens do que o próprio jornal ou da mesma idade. Contamos com eles para trazerem as nossas notícias ao futuro, pois são eles o futuro das notícias e do jornalismo.


1000 edições


O Urbi et Orbi completa a sua milésima edição. Criado no começo do ano 2000, aquele que é o mais antigo jornal universitário digital de Portugal celebra mil semanas de notícias com uma edição especial online e impressa.


Mil edições. Mil semanas ininterruptas de notícias “da UBI, da Região e do Resto”.

O Urbi et Orbi completa esta semana a sua milésima edição, sendo o mais antigo jornal universitário digital de Portugal. Nasceu no início do ano 2000, ainda sem redes sociais, sem YouTube e sem a Internet como hoje a conhecemos: de acesso rápido e ao simples alcance de um smartphone.

Criado há́ 19 anos, foi pensado como um laboratório onde os alunos de Ciências da Comunicação da UBI pudessem ter um primeiro contacto com o “mundo real” das notícias, com a pressão de uma nota no final do semestre, mas com margem de erro e sem a pressão do quotidiano de um jornalista. Foi, também, criado como veículo de comunicação da própria Universidade e como protótipo do LabCom (o então Laboratório de Comunicação da UBI) para a investigação no campo do jornalismo online. Arrancou com António Fidalgo como diretor e com Catarina Moura como chefe de redação, e nele deram os primeiros passos alguns dos grandes profissionais a trabalhar na área em Portugal e além fronteiras.

Na sua edição 200, em dezembro de 2003, o Urbi noticiava “Rede sem fios em breve na UBI: no final de 2004, vai ser possível navegar na Internet e aceder a um novo portal de conteúdos em todo o campus da UBI”. À data, a rede sem fios - hoje um bem adquirido para as novas gerações - era motivo de destaque no jornal da UBI. A evolução foi tendo lugar e também o Urbi foi acompanhando as mudanças. O jornal foi tendo diferentes layouts, com upgrades na área do conteúdo que acompanharam esta evolução estética.

Se até 2006 os conteúdos se aproximavam da linguagem da imprensa tradicional – texto e fotografia -, a partir deste ano o Urbi começa a testar novas ferramentas de publicação. Em 2007 passa a incorporar vídeo e áudio nas notícias e é dada maior importância à fotografia, que se torna autónoma como Unidade Curricular. Em 2008 o jornal lança a sua versão mobile, e em 2009 é lançada a versão para iPhone (a primeira aplicação nativa portuguesa para leitura de jornais). Acreditando na importância da divulgação da informação através das redes sociais, em 2016 o Urbi criava as suas páginas no Facebook, LinkedIn e Instagram. No mesmo ano, foi criada a rubrica “Made in UBI”, dedicada a ex-alunos da instituição, que assim puderam dar a conhecer os seus casos de sucesso e incentivar os atuais e futuros alunos da Universidade.

Tendo começado também com uma versão impressa, a edição mil é lançada como suplemento do jornal Notícias da Covilhã. Nesta edição especial, recordamos alguns dos destaques que marcaram as mil edições do Urbi et Orbi, sem esquecer a atualidade, e reservamos também espaço àqueles que fizeram e continuam a fazer parte, direta ou indiretamente, deste projeto.

UBI adere à Greve Ecológica


Rafael Mangana

Estudantes da UBI juntaram-se à greve pelo clima, movimento que envolveu jovens de 100 países um pouco por todo o mundo

Cerca de meia centena de estudantes da Universidade da Beira Interior (UBI) juntaram-se na sexta-feira, 15 de março, à greve pelo clima, movimento estudantil ao qual aderiram jovens de todo o mundo, que reivindicaram soluções governativas para a crise climática do mundo.

Na Covilhã, a ação foi impulsionada pelo Movimento Académico de Proteção Ambiental (MAPA). Os estudantes juntaram-se na porta principal do polo I da UBI e seguiram numa marcha pedonal rumo à Praça do Município. “Ainda vamos a tempo de salvar o planeta”, defende um dos responsáveis pela organização da iniciativa. João Domingos lembra que, “segundo os cientistas, temos até 2030 para os resultados das nossas ações serem irreversíveis. Por isso, até 2030 temos tempo de agir e se for agora, melhor".

"É preciso, tanto a nível individual como a nível coletivo. A nível individual podemos tomar várias medidas, como reduzir o consumo de carne, comprar produtos de nível local. Coletivamente é preciso que os governos também tomem medidas em relação a isto. Por exemplo, colocar taxas de CO2 nos alimentos”, refere. Aluno de Doutoramento em Economia da UBI, Daniel Pais aproveitou a ocasião para lançar um desafio à população: “logo à noite quando forem comprar fruta, por exemplo, em vez de comprarem fruta do Brasil – que para cá chegar tem que atravessar um oceano inteiro – comprem fruta local, regional; quando forem este fim-de-semana ao shopping comprar a roupa para o filho, em vez de comprarem um produto que vem da China – que tem que atravessar dois continentes -, comprem um produto também ele regional. Isto são medidas pequeninas, mas que terão um impacto muito importante para o clima”, considera.

A esta ação juntaram-se também alguns elementos dos “Guardiões da Serra da Estrela”, como Sara Boléu, que não tem dúvidas: “nós não vamos ter um bom futuro se não começarmos a cuidar dos recursos do planeta e um dos principais recursos do planeta é o ar que respiramos, a água que bebemos ou o solo para produzir a nossa comida. E estou a falar numa perspetiva muito egoísta, que é a sobrevivência humana, mas não vai haver sobrevivência humana se não houver a sobrevivência de todo o ecossistema de que o humano depende”.

A responsável pelo movimento explica ter-se juntado a esta causa “para apoiar os estudantes da UBI que decidiram manifestar o seu desagrado aos governantes pelas decisões que estão a tomar e a empenhar o nosso futuro. E não são só os governantes, mas também todos os atores da sociedade, como empresários que todos os dias têm que tomar decisões que visam mais o lucro e o dinheiro, do que propriamente na sustentabilidade do planeta”, lembra. Sob o lema “fazer greve por um clima seguro”, esta greve estudantil mundial de sexta-feira culminou uma série de manifestações semanais iniciadas no ano passado pela sueca Greta Thunberg, de 16 anos, nomeada para o prémio Nobel da paz.

Propina zero longe de ser consensual

Rui Duarte

O final das propinas no Ensino Superior tem sido um tema muito debatido, na sociedade portuguesa, ao longo dos últimos meses. O Núcleo de Estudantes de Ciências da Comunicação (UBIMedia), aproveitando esse facto, decidiu integrar um debate alusivo à questão “Fim das propinas, sim ou não?”, na segunda Feira do Livro, que ocorreu na passada quarta-feira, dia 13 de março, na Biblioteca Central da UBI.

A tarefa de debater a questão proposta coube a Afonso Gomes, presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI), João Martinho Marques, presidente da Federação Distrital de Castelo Branco da Juventude Socialista (JS) e Hugo Lopes, presidente da Juventude Social-Democrata (JSD) de Castelo Branco.

Hugo Lopes foi o convidado que iniciou a discussão. O presidente da JSD de Castelo Branco começou por referir que “por norma, toda gente é a favor do fim das propinas no Ensino Superior, mas nunca é fácil falar deste tema”. Em sua opinião, as instituições de Ensino Superior não estão preparadas para um futuro imediato sustentável sem propinas, mostrando-se por isso contra o final das propinas nestas condições.

O jovem natural da Covilhã considerou ainda que há outros temas mais importantes a serem tratados no âmbito do Ensino Superior, tal como as bolsas de investigação, do que propriamente a abolição total de propinas. Hugo Lopes aproveitou também para criticar a recente redução das propinas prevista para o próximo ano letivo, considerando que esta é uma medida que “beneficia os ricos e prejudica os pobres” e mostrando-se alarmado com a redução do número de bolsas de ação social.

A segunda intervenção ficou a cargo de Afonso Gomes. “O estudante não pode ser um cliente, mas sim um agente” foi a forma como o presidente da AAUBI iniciou o seu discurso. Afonso Gomes concordou com Hugo Lopes que a abolição total de propinas teria um impacto muito forte, principalmente para a Universidade da Beira Interior, que vive numa situação de subfinanciamento. Por essa razão, o presidente da AAUBI apontou serem necessárias alterações à Lei de Bases, que permitam às universidades obter outros modelos de financiamento.

Afonso Gomes não deixou também de apelar a que haja um maior investimento na educação. Segundo o atual Presidente da AAUBI “investir no ensino é investir no conhecimento e investir no conhecimento é investir no progresso”. O presidente da Federação Distrital de Castelo Branco da JS foi o membro do painel convidado que mais convicto se mostrou em relação ao final das propinas no Ensino Superior. Ainda assim, essa abolição, sublinha, terá que acontecer de forma faseada. João Martinho Marques defende o final das propinas essencialmente por considerar estas como “o principal obstáculo de acesso ao Ensino Superior”.

O presidente da JS Castelo Branco não deixou de dar o exemplo do caso alemão, onde o ensino superior é gratuito e a qualidade do mesmo é de excelência, discordando através deste exemplo a ideia de que para haver uma redução de propinas, a qualidade do ensino terá que obrigatoriamente regredir. O debate “aqueceu” quando o presidente da JS Castelo Branco acusou Hugo Lopes de mentir em relação do impacto da recente descida que as propinas sofreram. O presidente da JSD Castelo Branco tinha apontado um custo desta medida de cerca de 50 milhões de euros. João Martinho Marques refutou tais números e afirmou que “ficou previsto no orçamento de estado um impacto de 21 milhões de euros, sendo que os reais custos da medida só serão apurados após a implementação da mesma”.

O presidente da JSD Castelo Branco reafirmou os números por si apresentados e recorreu a uma regra de três simples para demonstrar a veracidade dos números a todos os presentes. Hugo Lopes deixou ainda uma crítica ao PS, culpando o governo socialista de António Guterres de ser o grande responsável pela introdução de propinas no Ensino Superior. Afonso Gomes, que se manteve afastado da “guerrilha política e ideológica”, voltou à discussão referindo que o único propósito da AAUBI é o de defender os interesses dos estudantes, não querendo, por isso, intrometer-se na troca de argumentos entre as duas forças políticas presentes no debate.

Ainda que o tema do final das propinas não gerasse consenso na mesa, a necessidade de vir a existir uma reforma educativa no ensino superior, e nos modelos de financiamento das universidades, era algo aceite por todos. O rescaldo deste evento coincidiu com o encerramento da Feira do Livro, promovida pelo UBIMedia, evento no qual este debate se inseria.

Francisco Nascimento, presidente do UBIMedia, traçou-nos, por isso, um balanço daquilo que foi este evento, sublinhando que “ficou bastante agradado com a troca de ideias existentes neste último debate”. O presidente do UBIMedia não deixou também de considerar esta organização como positiva e, sem dúvida, algo para manter na programação estudantil da Universidade da Beira Interior.

Feira do livro do UBIMedia
debate arte de escrever

Catarina Augusto

Mobirise

Entre Artes e Letras realizou-se, na Biblioteca Central da UBI, a segunda edição da Feira do Livro do UBIMedia - Núcleo de Estudantes de Ciências da Comunicação.

Neste encontro literário, realizado no dia 13 de março, estiveram presentes vários autores da região, acompanhados pelos seus livros para miúdos e graúdos, que permaneceram expostos durante todo o dia de Feira. O primeiro de dois painéis, que tinha como mote “A arte de escrever: triunfos e perspetivas”, iniciou-se às 11h00 e contou com a participação de Rogélia Proença, Catarina Rodrigues e Nuno Jerónimo.

Numa conversa informal, moderada por João Santos- ex-presidente do UBIMedia, foi discutido o passado, o presente e o futuro da escrita. Rogélia Proença refletiu, na sua apresentação, acerca do papel da arte literária, no que diz respeito às várias tipologias textuais existentes. A escritora e professora partilhou a sua experiência com as artes e as letras e salientou “a importância da criatividade e da reflexão".

A caminho do seu décimo livro, Rogélia confessou que a sua maneira de estar no mundo é “ser um ser escrevente”. Catarina Rodrigues, professora da Universidade da Beira Interior (UBI), apresentou um estudo de uma universidade espanhola relativo à dicotomia existente entre a leitura em papel e a leitura em digital. A seu ver “não é por os estudantes estarem habituados ao ecrã que a compreensão dos conteúdos digitais é maior” e, tal como foi comprovado no estudo, “ler em papel é mais eficaz do que ler em digital”.

A docente acredita que com o aparecimento da Web foram colocados inúmeros desafios à atenção do Homem. A grande abundância de informação disponível e a falta de tempo da sociedade contribuíram, a seu ver, para “o aparecimento do imediatismo ameaçador das redes sociais”, expressão proferida por André Barata, no seu livro “E se Parássemos de Sobreviver?”.

Na última intervenção do painel esteve em cima da mesa a questão da pressão exercida sobre os escritores. De acordo com Nuno Jerónimo, professor da UBI, “nunca se escreveu tanto como hoje”, todavia não existe, na sua perspetiva, tempo para refletir. Ao contrário do que anunciavam as obras de ficção científica, o fim da escrita está longe de ser uma realidade. “Nunca escrevemos tanto como hoje e como nas redes sociais. Os telemóveis são uma ferramenta de escrita e leitura”, afirmou Nuno Jerónimo.

Num painel em que foram feitos diversos apelos à escrita e à leitura, muito se falou de novas tecnologias. Em jeito de conclusão os três oradores concordaram que o mundo digital é de facto importante e enriquecedor, mas não deve impedir que as pessoas tenham tempo para si e para as suas coisas. Nas palavras de João Santos este foi “um painel bastante pertinente com três visões diferentes dadas por três pessoas distintas” e embora não tenha tido a plateia cheia, o ex-presidente do UBIMedia acredita que “os núcleos têm de continuar a criar oportunidades e os alunos têm de aprender a saber aproveitá-las”. João Santos acrescentou ainda que foi “um gosto enorme regressar à universidade” e fazer parte da segunda edição de um evento pensado e criado por si, no ano passado.

A Exposição DESIGN MODA 3.0 volta à Real Fábrica de Panos

Lara Cardoso

Mobirise

A Real Fábrica de Panos foi palco da inauguração da terceira Exposição DESIGN MODA 3.0. A mostra tem como tema “Make Fashion Great Again” e apresenta trabalhos realizados pelos alunos da Licenciatura em Design de Moda. Organizada pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Têxteis da Universidade da Beira Interior, esta edição estará aberta até 14 de abril.

A exibição, que demora cerca de um mês a organizar, revela os trabalhos desenvolvidos nas Unidades Curriculares de Têxteis Criativos, Design de Sportswear e Modelagem e Confeção III. O mote “Make Fashion Great Again” está precisamente relacionado com estas modalidades, já que surgiram de uma reestruturação do curso há 3 anos atrás. Contudo, a adaptação da célebre frase de Donald Trump também se refere ao conceito de moda. Segundo Rui Miguel, presidente do Departamento de Ciência e Tecnologia Têxteis, “é uma área que tem constantemente de ser reinventada e onde tem de ser acrescentado algo de novo”.

No corredor que acolhe os projetos dos alunos passaram dezenas de pessoas e, neste dia, chegou até a encher. Alunos, docentes e não docentes pararam para ver as três componentes ali exibidas. Este feito, como revela Clara Fernandes, professora convidada da UBI, foi propositado: “O corredor é um local de passagem e desde que aqui estamos, há dois anos, tem havido uma divulgação diferente”. Entre coordenados confecionados, a Galeria da Real Fábrica de Panos, exibe scratchbooks, amostras têxteis e cartazes alusivos às peças expostas.

Consoante o espaço, o número de manequins e o material disponível, foram selecionados os projetos expostos. Cláudia Isabel Pinheiro, professora de laboratório de têxteis criativos, explica que os seus critérios se baseiam na manipulação dos materiais: “Diferentes manipulações geram trabalhos distintos, logo, todos os conceitos trabalhados também são diferentes nesse sentido”.

O principal objetivo desta exposição é divulgar o trabalho que os alunos do 2º e 3º ano da Licenciatura, tanto para os próprios colegas como para toda a comunidade ubiana. Cláudia Isabel Pinheiro explica que a mostra também “permite aos alunos ter uma visibilidade futura” já que tal depende da realização de um portefólio, que é “construído ao longo dos anos e, consequentemente, apresentado aqui”. Para além disso, a mostra reflete o que os alunos “andaram a aprender, a investigar, a estudar durante um ano letivo”, segundo Rui Miguel. O presidente do Departamento de Ciência e Tecnologia Têxtil revela ainda que aquilo que se procura relacionar “é uma plataforma criativa de pensamento para um salto da realidade e dos projetos para o mercado”, que é o foco desta formação.

A demonstração assume, este ano, uma crítica à Industria da Moda. Tanto o ambiente como a desigualdade de género são temas adjacentes à exposição. Rui Miguel assume que os estudantes, para serem bons profissionais no mercado de trabalho “têm de ser capazes de pensar, ser criativos, dentro dos limites que lhes são impostos” ou seja, o que o mercado quer e o que as tecnologias permitem, “pensando sempre no mundo e no ser humano”. Clara Fernandes subscreve esta ideia que tenta passar aos estudantes: “Tentamos incluir sempre um design mais sustentável”. Em relação à disparidade entre géneros, essa reflete-se nos muitos trabalhos que podem ser usados por homens e mulheres com material reaproveitado.

A mostra tem tido melhor prestação de ano para ano e é por isso que o objetivo é mantê-la e incluir ainda mais trabalhos no futuro. A exposição permanece na Real Fábrica de Panos até 14 de abril e tem já uma plataforma de Instagram onde se podem acompanhar as conceções apresentadas.

Mestrandos apresentaram propostas de dissertações na FCSH

Rafael Ascensão

Mobirise

Foram sete as futuras dissertações de mestrado, que foram apresentadas no dia 14 de março pelos alunos do Mestrado de Sociologia: Exclusões e Políticas Sociais, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH).

Nas suas apresentações, os alunos dispunham de dez minutos para exporem o tema, estrutura, métodos de investigação, ou seja, o esboço, das suas dissertações de mestrado. No final de cada apresentação era dada a oportunidade aos presentes para colocarem questões, dúvidas ou darem contributos aos mestrandos. 

Foram diversos os temas abordados pelos alunos, por exemplo o trabalho sexual em Portugal, a desigualdade de género no mercado de trabalho, as implicações sociais dos desenvolvimentos tecnológicos, as perceções sobre vigilância eletrónica em Portugal, entre outros.

Maria João Areias Pereira, diretora do mestrado em questão, foi a responsável por moderar as apresentações e os debates subsequentes. A docente considera que estes encontros, que vão já na sexta edição, são muito importantes a vários níveis, nomeadamente para “estimular os mestrandos na realização das suas dissertações, para os alunos desenvolverem capacidades de argumentação e também para existirem mais momentos de debate científico”. 

Daniela Correia, uma das mestrandas, vai de encontro à opinião de Maria João Areias Pereira, considerando que a realização deste encontro é muito positiva visto ser uma ajuda “no desenvolvimento das nossas capacidades de argumentação, sendo uma boa preparação para o momento de defesa da dissertação”, além de “constituir uma forma de outros docentes nos darem um feedback e até sugestões de melhoria do nosso trabalho”, acrescentou a estudante.

Está a ser ponderada a realização de outra sessão deste género visto que alguns dos alunos do mestrado não fizeram a sua apresentação, por indisponibilidade ou por estarem mais atrasados na elaboração da dissertação

Maior Pi humano do mundo: da Covilhã para o Guiness

Urbi et Orbi

Mobirise

O maior Pi humano do mundo foi elaborado esta sexta-feira, 15 de março, na Covilhã. Cerca de mil alunos de três escolas da cidade entraram assim para o famoso livro dos recordes do Guiness.

Cerca de um milhar de alunos da Escola Secundária Quinta das Palmeiras, EPABI e Escola Pêro da Covilhã entraram para o livro de recordes do Guiness, ao formarem em conjunto aquele que é o maior Pi humano do mundo. O feito foi alcançado na sexta-feira, 15 março, no relvado do Complexo Desportivo da Covilhã, sendo que a anterior recorde pertencia a uma escola de Gaia, com 847 participantes.

Segundo a organização, todos os parâmetros para a efetivação do recorde foram respeitados – contagem dos alunos, uniformidade da cor e filmagens -, tendo sido o mesmo validado por um júri independente criado para o efeito.

 A construção do conhecido símbolo matemático inseriu-se no âmbito do festival “Covilhã Cidade do Pi”, que decorreu na cidade entre os dias 13 e 16 de março, uma organização conjunta entre as escolas do concelho, Universidade da Beira Interior e Câmara Municipal da Covilhã.

Sessão "Prevenir Infeções no Idoso" no Centro de Ativ'Idades

José Machado dos Santos

Mobirise

Precedida pela regular sessão de exercício destinada a manter o corpo ativo, a apresentação foi dirigida ao público sénior.

Foi no espaço do Centro de Ativ'Idades no Sporting Shopping, que no dia 12 de março decorreu a sessão de informação com o tema "Prevenir Infeções no Idoso". Seguindo o mote "Prevenir é sempre melhor do que tratar", as profissionais de farmácia Patrícia Pais, Cláudia Barata e Jéssica José procuraram sensibilizar para comportamentos do dia a dia que podem ajudar a controlar os fatores de risco e evitar doenças.

Após uma introdução sobre quais são as principais infeções e como se desenvolvem, foram detalhados cuidados na higiene corporal, na higiene respiratória, e explicada a importância da isolação de doentes e da vacinação sazonal, como a vacina da gripe que deve ser tomada anualmente por quem tem mais de que 65 anos. A atividade física e a alimentação saudável foram também apontadas pelas profissionais como passos importantes para a manutenção de defesas fortes no organismo.

A proximidade com as pessoas é, para a apresentadora Patrícia Pais, uma das questões importantes neste tipo de eventos: "Às vezes ao balcão da farmácia também conseguimos esta proximidade, mas quando estamos num ambiente informal conseguimos ter conversas mais facilmente, conseguimos que as pessoas nos digam realmente aquilo que pensam e conseguimos explicar o porquê de deverem ou não fazer as coisas de determinada forma".

Maria Batista, uma das frequentadoras do Centro de Ativ'Idades que assistiu à apresentação, aproveitou para tirar as suas dúvidas sobre a vacinação da gripe, que no ano anterior não a impedira de ficar fortemente doente. Após a interação com as apresentadoras, que explicaram que a vacina imuniza apenas contra as estirpes mais comuns da doença, sendo impossível uma proteção absoluta contra um vírus sempre em mutação, Maria reconsiderou a sua estratégia para este ano: "Eu disse que não ia tomar mais a vacina, porque ou não faz nada, ou era o que me punha doente, mas sendo assim vou tomar este ano novamente".

Estas sessões de esclarecimento ocorrem de mês a mês no Centro de Ativ'Idades, com o apoio da Farmácia Holon e da Farmácia Pedroso, a par de outros eventos em escolas e infantários, assim como campanhas de rastreio como a que decorre no próximo mês para a prevenção do cancro colorretal.

Covilhã volta a ser palco do
Festival de Teatro Universitário

Catarina Augusto

Mobirise

O Ciclo de Teatro Universitário está de regresso à Covilhã. A 23ª edição do evento decorrerá entre os dias 14 e 23 de março e presenteará a cidade com dez peças de sete companhias de Portugal e de Espanha. 

O mais antigo festival de teatro universitário português é realizado, em parceria, pelo Grupo de Teatro da Universidade da Beira Interior (TeatrUBI) e pela Associação de Teatro e Outras Artes (ASTA) e tem como objetivo ampliar a oferta cultural da Covilhã e fomentar na população do Interior o gosto pelas artes.

Ao longo de nove dias serão apresentados espetáculos com diferentes temas e estilos. A edição deste ano conta com um programa “diversificado e bastante abrangente”. "São espetáculos de companhias totalmente diferentes, pelo que uns poderão ter uma intervenção mais política, outros mais de comédia social. Temos, por exemplo, um espetáculo que aborda as questões da valorização da mulher, desde o século XIII até ao século XIX", adiantou Rui Pires, o diretor do festival.

A primeira atuação deste ciclo está a cargo das duas companhias anfitriãs, o TeatrUBI e a ASTA. A peça “Cântico Negro”, da criação de Rui Pires, conta com a participação de cinco atores e tem como mote a vida e as suas incertezas, dúvidas e medos. “Quem somos? Onde estamos? Para onde vamos?”, são as perguntas que se colocam. Esta peça estará em cena nos dias 14, 15 e 16 de março.

A obra dramática "Implosiones, drogas, pasma Y otras cosas de las que preocuparse", interpretada por Maricastanaña - Aula de Teatro da Universidade de Vigo, sobe ao palco no dia 18.

A companhia espanhola de Madrid Arte 4 - Estúdios de Atores apresenta, no dia 19, "La Muestra Final".

No dia 20, o grupo de teatro da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Fc-Acto, exibe a sua criação teatral "Isto é um Cachimbo".

A peça "Um nome provisório" é apresentada por Noster - Grupo de Teatro da Universidade Católica Portuguesa, no dia 21.

A apresentação agendada para o dia 22 denomina-se por “GARNATIA” e é da autoria do Grupo de Teatro e Dança da Universidade de Granada.

O Festival termina dia 23 após a atuação do Grupo de Teatro da Universidade de Santiago de Compostela, que sobe ao palco com a peça "A Mulher que Tiña Medo e Marchou Vivir ao Carrefour".

Neste 23º ciclo não será realizado o já tradicional Mercado Negro, contudo há surpresas na edição deste ano. Devido ao 30º aniversário do TeatrUBI, está marcado para dia 16 um jantar convívio, onde estarão presentes antigos e atuais membros do grupo de teatro. Outra das novidades deste ano é a parceria criada com os alunos da licenciatura de Ciências da Cultura, que vão colaborar na realização do evento.

A edição deste ano conta com um orçamento de 19 mil e 500 euros. O dinheiro e os apoios provêm de diversas instituições locais e nacionais. Devido ao encerramento do Teatro Municipal da Covilhã, por causa das obras de requalificação, este 23º Ciclo decorrerá no Anfiteatro das Sessões Solenes, na Universidade da Beira Interior (UBI). O público terá à sua disposição o parque de estacionamento do polo principal, aberto todos os dias do evento, a partir das 20h.

O bilhete diário tem um custo de cinco euros, com desconto de 50% para os sócios da ASTA e do TeatrUbi e para os portadores de cartão de estudante ou de cartão +65. Os “Amigos da ASTA” têm entrada livre no evento.

Paulo Cáceres conquista o bronze nos Special Olympics

Urbi et Orbi

Mobirise

Atleta da APPACDM da Covilhã subiu ao pódio em Abu Dhabi.

O atleta da APPACDM da Covilhã, Paulo Cáceres, conquistou a medalha de bronze na final dos 400 metros livres, nos Jogos Mundiais do Special Olympics, que decorrem em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos). A medalha alcançada pelo atleta covilhanense na sexta-feira, 15 de março, foi a primeira medalha da delegação portuguesa. 


Um jornal, 1000 edições, 12 destaques


Na edição 1000 do Urbi et Orbi, passamos em revista 12 destaques que marcaram o percurso do jornal,
12 momentos que marcaram a academia UBIana.


O Urbi e os media da região




A sorte que eu não tive

Quando desafiado a escrever umas pequenas linhas sobre as mil edições do Urbi et Orbi, o que me veio logo à memória foram os quatro anos passados na UBI, primeiro em Comunicação Social, e depois da reestruturação, no atual curso de Ciências da Comunicação. E de como as coisas mudam. E mudaram, felizmente, para melhor, nalguns aspetos.

Após três anos de teorias e, na linguagem estudantil, algumas “secas”, metido em anfiteatros em que metade da turma estava apenas de corpo presente, o meu último ano era de esperança. Vinha a parte prática, aquela que realmente me atraía. Escrever. Notícias, reportagens, o que quer que fosse. E, diga-se, foi isso que aprendi. Mas, valha a verdade, no antigo Ernesto Cruz, além de uma sala de audiovisuais onde o senhor Rui dava umas dicas a quem queria enveredar pelo multimédia, de resto, para quem queria a imprensa escrita, como eu, a oferta era zero. Lá aprendemos a escrever umas breves, umas notícias, reportagens, muito pelo experiente dedo do professor João Correia. Mas quando quisemos colocar o resultado do nosso trabalho “nas bancas”, nada existia. Um suplemento que saiu com o Notícias da Covilhã foi a solução.

Passado pouco tempo, aí estava o Urbi et Orbi. “Que inveja”, pensei eu. Ali estava a ferramenta que muitos poderiam usar, e logo desde cedo, quando começassem os seus estudos superiores. Para fazer. Para aprender, a fazer bem ou mal. Mas existia uma “arma”, que depois de ter andado alguns anos no papel, se virou para o digital. Uma sorte que eu não tive, uma ferramenta que quem por aí anda não deve desperdiçar. Parabéns aos mentores, ao Urbi, e à academia em si. 

João Alves

Editor do Notícias da Covilhã




Um laboratório de expressão


Urbi et Orbi foi porventura o mais económico e relevante laboratório que a UBI concebeu. Nele puderam experimentar e desenvolver conhecimentos diversos os alunos de Comunicação, mas também de outras áreas de estudo. Nele experimentaram e praticaram os jovens com o sonho de serem jornalistas; os alunos que queriam expressar-se; os futuros comunicadores carregados de vontades e ideias num mundo em metamorfose. O Urbi foi o suporte, a base e o campo da mais extraordinária experimentação dos estudantes de Comunicação – aqui tudo lhes era permitido, até a possibilidade de errar, de refletirem e escreverem sobre o que viam, o que sentiam ou simplesmente o que lhes era pedido para contarem ou descreverem. Porque um jornal digital tem essa capacidade imensurável de dar suporte ao aprender e ao crescer como nenhum outro. O Urbi teve sempre espaço, liberdade e dimensão para ser mais, muito mais, do que um simples jornal digital. O Urbi era o jornal digital da academia.

Dezanove anos depois... 1000 números, 1000 semanas de informação, por coincidência, tantas como ointerior.pt – o jornal digital de maior audiência da região Centro (dados Alexa) com uma média diária de perto de cinco mil leitores (dados Google Analytics). O Urbi et Orbi foi e é o jornal que alimenta e dá corpo à ideia de que uma universidade está na vanguarda – por ser o campo do conhecimento, de experimentação académica e por ser o espaço onde se divulga a academia, a sua realidade, o seu compromisso social e a sua vida científica.

Como ontem, hoje o Urbi et Orbi continua a ser o mais relevante instrumento de informação da Universidade da Beira Interior, o ponto de encontro dos antigos alunos, dos alunos, dos professores, dos que acompanham a vida da UBI; do que aconteceu ou pode vir a acontecer em cada canto da academia; a voz do conhecimento e a base da divulgação do pormenores, dos feitos, das glórias e das agruras da Universidade.

Num tempo em que as redes sociais dominam o espetro comunicacional, em que as “fake news” e a contrainformação ganham relevância e protagonismo, pedras que não podem estorvar o caminho da verdade, o Urbi é um laboratório, um campo de experimentação, do que é jornalismo sério, onde se pratica informação com caráter, onde a deontologia ocupa o espaço central e o contraditório tem de ser o apelido de cada trabalho. Num tempo onde tantos querem esconder a verdade e onde todos parecem “repórteres”, saber que o tal laboratório continua a formar novos comunicadores com brio e rigor é acreditar que o jornalismo tem futuro, é confiar que a comunicação continua a seguir os caminhos do conhecimento, é apostar na informação e na cultura. Nada pode parar um laboratório assim: «No meio do caminho tinha uma pedra/tinha uma pedra no meio do caminho/ tinha uma pedra/no meio do caminho tinha uma pedra» (Carlos Drummond de Andrade), por isso, dezanove anos depois, o Urbi vai continuar a ser o mais relevante laboratório de Comunicação na UBI, sem pedras no meio do caminho. 

Luís Baptista-Martins

Diretor do Jornal O Interior e do ointerior.pt - Diário das Beiras e Serra da Estrela




Primeiro passo para "uma estranha forma de vida"


O mais importante para seguir em frente é decidir, e no jornalismo não é diferente. Encaro o Urbi et Orbi como um importante meio para ajudar a decidir se o jornalismo é sonho, ou se é a paixão que se irá transformar numa “estranha forma de vida”.

É, para os alunos, o primeiro contato com um “jornal à séria”. Obriga a ir para a rua, sair das portas da universidade e da teoria passar à prática, até que surge a oportunidade de ver, muitas vezes pela primeira vez, o nome no jornal. Mero pormenor, pensam alguns, mas que para a maioria é o sinal de que não estão na UBI só para tirar um curso, mas para aprender uma profissão, e assim concluem que a decisão inicial estava certa, o jornalismo é o caminho.

Foi, há 1000 edições atras, um projeto visionário que soube sempre manter o pioneirismo. Surgiu depois online antecipando a grande revolução que estava a chegar - uma nova forma de fazer jornalismo.

Não há dúvidas de que o Urbi et Orbi é cumpridor da sua missão de formar, mas também de informar. Possibilita a abertura da academia ao mundo e, nesta matéria, é para nós, jornalistas de outros órgãos de comunicação, um parceiro de todos os dias na partilha de conteúdos. Por tudo isto e muito mais, que venham mais mil edições. Parabéns Urbi et Orbi. 

Gina Almeida

Jornalista da Rádio Clube da Covilhã




Mil edições e tantas palavras

Festejar a edição mil é tão importante como celebrar o número um ou outro qualquer que venha a seguir. É sinal de vitalidade e afirmação. O Urbi et Orbi, jornal online dos alunos do curso de Ciências da Comunicação da Universidade da Beira Interior (UBI) é uma referência nos projetos laboratoriais da UBI. Dinâmico, inovador, expressão coletiva dos alunos e professores, tem a marca genética de uma universidade que se soube afirmar e de um curso que já deu ao mundo dos media nacional nomes que hoje marcam a agenda do dia-a-dia da rádio, televisão e jornais.

Num tempo em que se questiona o futuro dos media ditos tradicionais há neste jornal online o respirar de palavras naquilo que define a aventura humana consubstanciada no sonho de pensar e realizar de alunos e professores. Dezanove anos depois o fio que tece a história deste jornal online continua a desfiar as notícias e histórias da UBI, da região e do resto... Parabéns, venham outros tantos mil e muitas palavras. 

Luís Nave

Chefe de Redação do Jornal do Fundão





Parabéns Urbi et Orbi


Há 19 anos que “Da cidade para o mundo” o primeiro jornal online do curso de Ciências de Comunicação em Portugal sai todas as semanas. Esta milésima edição comprova que o projeto está implantado na cidade e na região. Quem vive por dentro a realidade da informação sabe da importância que as novas tecnologias assumem na rapidez e alcance da notícia.

Se recuarmos quase 20 anos percebemos que o mundo da comunicação mudou, e muito. O crescimento dos utilizadores da internet determinou o aparecimento de novas respostas no acesso à informação. Os meios de comunicação social sentiram a necessidade de acompanhar este caminho e foram entrando neste “novo mundo”. Os responsáveis da UBI souberam cedo aceitar o desafio de criar um jornal digital, que além da divulgação das iniciativas da universidade não ficasse alheio aos acontecimentos da região.

Criado para ser um instrumento de trabalho para os alunos da licenciatura em Ciências da Comunicação, mas também uma espécie de laboratório, o Urbi et Orbi fez o seu caminho, com dificuldades, quem iniciou este inédito projeto bem sabe os parcos recursos então existentes, mas também com conquistas, desde logo o envolvimento dos alunos cujo entusiasmo pudemos testemunhar por diversas vezes nas reportagens efetuadas pela Rádio Cova da Beira (RCB).

O projeto que soube construir ao longo dos anos várias pontes entre a academia e a sociedade que a acolhe tem, entre outros, o mérito de ser editado por pessoas ligadas à UBI, nomeadamente alunos que mergulham na realidade informativa que os rodeia continuando a apreender as técnicas da profissão, que lhes dão mais competência, mas sem esquecer nunca que valores como a objetividade, responsabilidade, isenção e independência são a matriz do jornalista.

No tempo da globalização, das novas autoestradas do conhecimento (como convém, sem portagens), das grandes mudanças tecnológicas, o Urbi consegue também ser um jornal de proximidade e simultaneamente assumir-se como uma janela aberta da academia para o mundo.

A todos, parabéns e votos de longa vida. 

A equipa da Rádio Cova da Beira


Tem mil números o jornal

João Canavilhas

Vice-reitor da UBI para as áreas do Ensino, Internacionalizaçoão e Saídas Profissionais e segundo Diretor do Urbi et Orbi


Quando se falou pela primeira vez na edição mil do Urbi lembrei-me imediatamente de uma música dos Sétima Legião – “Sete Mares” - cuja letra poderia ser adaptada para esta efeméride: Tem mil números o jornal/De viver a navegar/ Há mil números de memórias a contar/Ai, cidade à beira-serra/Azul.

É verdade, já lá vão mil edições. Embora tenha acompanhado o Urbi desde o primeiro número, a relação aprofundou-se quando fui convidado para ser diretor-adjunto do jornal. Aconteceu na edição 53, publicada a 6 de fevereiro de 2001, e resultou de uma mera distribuição de serviço docente: foi-me atribuída a unidade curricular “Atelier de Jornalismo” e o Urbi era o espaço onde os estudantes publicavam os seus trabalhos.

Para mim, o Urbi poderia ter sido apenas um repositório de trabalhos, uma espécie de prateleira online, mas este novo jornalismo despertou a minha curiosidade. De um momento para o outro, o jornal-laboratório para os alunos transformou-se igualmente num laboratório para as minhas investigações que mudaram do jornalismo televisivo para o webjornalismo.

Em 2006, os meus trabalhos de doutoramento estavam já num nível de desenvolvimento suficiente para que os primeiros protótipos pudessem ser testados. Por isso, na edição 331, de 6 de junho, o Urbi usou pela primeira vez em Portugal uma linguagem verdadeiramente multimédia em que vídeo, som, fotografia e hipertexto foram usados numa unidade informativa com integração total. Acompanharam esta primeira mudança o Eduardo Alves, chefe de redação, a Joana Casteleiro, designer, e o Marco Oliveira, informático, que esteve no projeto desde o primeiro momento
e foi sempre o “motor tecnológico” do projeto.

Na edição 385, publicada no dia 19 de junho de 2007, tornei-me diretor do jornal e procurei introduzir mais algumas mudanças. Aprofundou-se a minha relação com o Urbi e passamos a usar a proposta de gramática multimédia resultante dos meus trabalhos de doutoramento. O modelo viria a ser seguido por outros jornais nacionais.

Um ano depois, em 2008, novo salto tecnológico com o lançamento da versão mobile. E logo no ano seguinte, o Urbi lançou a primeira aplicação nativa para iPhone. Com este lançamento abriu-se igualmente uma nova linha de investigação que ainda hoje organiza o congresso JDM-Jornalismo e Dispositivos Móveis.

Na edição de 2 de fevereiro de 2010, o jornal comemorou a sua primeira década de existência e foi objeto de uma profunda remodelação no layout e no logótipo, mas mudou igualmente toda a parte informática, com alterações na base de dados e no back office. Iniciava-se assim uma nova era no Urbi.

Em 2013, abandonei o lugar de diretor do Urbi devido ao envolvimento na campanha que levou à eleição do atual reitor. A ligação ao jornal manteve-se, mas voltou ao modelo inicial por ser o laboratório da unidade curricular “Webjornalismo” que leciono.

Na edição mil escrevo estas linhas para relembrar alguns momentos de mudança no jornal, mas também para sublinhar o importante papel do Urbi a vários níveis: na vida de centenas de estudantes que aqui deram os seus primeiros passos no jornalismo, na minha vida porque mudou o foco da investigação, na vida do Labcom.IFP porque abriu novas linhas de investigação e na vida da própria universidade porque levou a UBI aos quatros cantos do mundo graças às suas edições online. Parece-me um papel muito importante e por isso esta edição comemorativa tem uma versão... em papel.


Mais de mil Urbis depois de mil Urbis

António Fidalgo

Reitor da UBI e primeiro Diretor do Urbi et Orbi


Vale a pena revisitar o número zero do Urbi de 31 de Janeiro de 2000. Concretizava uma ideia que vinha sendo gizada desde o início do Outono de 1999. A ideia passou a projecto quando defini o nome do jornal: Urbi et Orbi. Além da expressão da bênção papal dirigida à cidade (urbi) e ao mundo (orbi), o subtítulo: Jornal On-line da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto, traduzia a ambição de o jornal ser universal, sendo o mundo um conjunto de círculos com o centro na UBI e na Covilhã̃. É isso o que escrevi, enquanto director do jornal, no último dos 3 parágrafos do editorial.

Dezanove anos depois a ideia de então mantém-se, agora no lema do meu mandato de reitor:
uma universidade do mundo para o mundo.

Não sei, ninguém pode saber, se me restam mais 1.000 semanas de vida para ver a edição 2.000 do Urbi. Mas cá ou lá, isso pouco importa, o importante é que o Urbi passe cá pela edição 2.000, em direcção à edição 10.000. Sempre foi minha convicção que a unidade de tempo de uma universidade é o século. Uma universidade precisa de tempo, de muito tempo, precisa tanto de rotinas como de contínua inovação, no habitual rejuvenescimento anual da entrada de novos alunos, mas também na procura de professores e alunos de todas as partes do mundo.

O Urbi é hoje um importante repositório da história da UBI e do seu contexto. Mas tem de querer ser sempre mais. Tem de constantemente inovar e experimentar novas formas de jornalismo. Informar, debater, dar voz, ser credível, ser crítico, continuarão a ser formas essenciais da formação de uma comunidade universitária de qualidade.

O Urbi tem sido um dos mais profícuos laboratórios da UBI. Muitos jornalistas portugueses deram nele os primeiros passos. Espero que nos próximos mil números muitos mais estudantes de jornalismo prossigam, revigorem e renovem o Urbi, nomeadamente estudantes da pujante comunidade mundial de língua portuguesa, do Brasil, África e Oceânia. Oxalá́ que o Urbi, a chama que se acendeu na Internet em Janeiro de 2000, não mais se apague e continue a fazer sempre mais UBI e a ligar os ubianos espalhados em todo o mundo à sua alma mater.

Mobirise

Urbi et Orbi - 20 de Março de 2019