É no jardim monumento a Nossa Senhora da Conceição, que frequentemente encontramos Nivia Cristóvão, estudante da Universidade da Beira Interior.
O jardim localizado próximo da residência universitária, atual casa de Nivia, é um dos locais prediletos da jovem timorense em toda a cidade da Covilhã. Neste local, Nivia abstém-se dos problemas e dificuldades com que se vai deparando, caraterísticos da vida universitária e aproveita para matar saudades da família e de casa, contemplando a bela paisagem que a rodeia e pela qual se apaixonou, que a ajuda a espairecer em momentos de maior ansiedade.
Na residência universitária, conheceu pessoas de várias nacionalidades, com as quais foi travando amizade, o que promoveu o contacto com novas culturas. Lá, toda a gente a conhece como a rapariga simpática de sorriso tímido no rosto. A curta distância que percorre entre a UBI e a residência, localizada na zona de Santo António, apresenta uma dura subida à qual Nivia afirma nunca se ter habituado. É durante este percurso que diariamente sente falta da mota que deixou em Timor e na qual anseia voltar a andar porque lhe transmite um sentimento de liberdade que cá não tem.
Há três anos, Nivia decidiu aventurar-se numa viagem de avião de mais de 24 horas, em que percorreu cerca de 14 mil kms, a distância entre o seu país e Portugal. Realizando escala em três países, percorreu meio mundo para vir estudar na cidade neve.
A fria cidade que a acolhe desde outubro de 2015, em nada se compara à sua terra natal, um dos países mais jovens do mundo, independente desde 2002.
Há quase três anos que Nivia não vê a mãe, nem a restante família, que entretanto foi crescendo com a chegada de novos membros, os quais Nivia ainda não teve a oportunidade de conhecer pessoalmente. É por videochamada e através das redes sociais que costuma comunicar com o outro lado do mundo, uma vez que o custo das chamadas é elevado. A 10 horas de diferença no fuso horário entre os dois países é outro fator que dificulta a comunicação com a família.