Bloco de Esquerda contesta fim de Núcleos de Apoio na região
A deputada do Bloco de Esquerda, na Assembleia da República, Helena Pinto questionou o Governo, na passada semana, sobre o encerramento do Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica (NAV) de Castelo Branco.
> Eduardo AlvesSegundo os números das autoridades oficiais, até ao final de Outubro de 2009, foram participados no distrito de Castelo Branco 281 casos de violência doméstica. O concelho da Covilhã lidera a lista de ocorrências, com 83 casos, seguido de Castelo Branco com 61 e 46 no concelho do Fundão.
Números que segundo o Bloco de Esquerda revelam a necessidade de estruturas de apoio à vítima. Contudo, as entidades oficiais ditaram o encerramento do Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica, que funcionava em Castelo Branco. A deputada bloquista solicitou agora explicações, à secretária de Estado da Igualdade, sobre esta decisão. Na missiva enviada à responsável tutelar, Helena Pinto sublinha que são várias as carências deste distrito, no que respeita às respostas disponibilizadas às vítimas e violência doméstica. Entre elas, “a inexistência de uma casa abrigo neste território, os parcos recursos humanos e técnicos da segurança social, a deficiente formação das forças de segurança e a insuficiência do apoio prestado à população, numa lógica de proximidade, ao nível das organizações comunitárias”. Carências também já apontadas diversas vezes pelas organizações que prestam apoio nesta área, nomeadamente a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e a Associação de Desenvolvimento Integrado da Beira Baixa (ADIBB).
Com o encerramento de mais uma estrutura de apoio, Helena Pinto sublinha que a situação de Castelo Branco “sofreu um enorme revés”. No documento onde a deputada do Bloco de Esquerda pede esclarecimentos sobre a situação, existe a referência para o facto “da Governadora Civil de Castelo Branco ditar o encerramento deste núcleo baseada na necessidade de reavaliar a associação”. O Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica (NAV), cuja missão era atender a vítima de agressão de forma célere e acompanhá-la desde a denúncia até ao acolhimento, estava sedeado no Governo Civil.
A deputada bloquista espera agora resposta ao porquê de encerrar o núcleo e qual a alternativa que irá ser criada a este serviço, bem como, quando será criada uma casa abrigo para vítimas de violência doméstica, no distrito.
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