Voltar à Página da edicao n. 517 de 2009-12-15
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
      Edição: 517 de 2009-12-15   Estatuto EditorialEquipaO Urbi ErrouContactoArquivo •  
Os trabalhos dos jovens alunos da UBI estão entre os melhores do País

UBI volta a dar cartas no têxtil

Dois alunos de Design de Moda da Universidade da Beira Interior estão seleccionados para concursos nacionais. Os trabalhos produzidos na Covilhã voltam a ganhar destaque por entre várias centenas de propostas de estudantes de universidades de todo o País.

> Eduardo Alves

Os diamantes que perfilam as ombreiras do casaco azul são falsos, mas nem por isso parecem ter menos brilho que as verdadeiras pedras preciosas. Aos olhos de Amandine Zimmerann, a jovem aluna de Design de Moda que este ano foi seleccionada para a fase final da Exponoivos, parecem mesmo brilhar mais que qualquer outro ornamento.
Sorriso intenso e constante, o desta jovem criadora de moda, vai servindo de porta de entrada a um vestido de noiva produzido em 2009, mas que pretende assinalar um dos períodos áureos da história de Portugal.
Amandine está agora a dar os últimos retoques no vestido com que vai participar na fase final do Concurso Jovens Criadores Exponoivos 2010. Depois de uma primeira fase à qual concorreram mais de uma centena de participantes, “foram seleccionados 15 trabalhos e desse grupo, apenas cinco passaram à fase final”, começa por explicar. A versão final do vestido de noiva que a aluna do segundo ano de Design de Moda da UBI está a preparar serve que nem uma luva ao tema geral do concurso, que é o do “Centenário da República”.
Dia 15 de Janeiro, na Exponor, no Porto, a UBI vai estar representada pelo vestido de Amandine. O branco e o azul da antiga bandeira portuguesa dão cor a este vestido que tem por base os moldes militares. “Este vestido pretende sublinhar um episódio que tem por base uma das figuras mais carismáticas dessa época, que é o almirante Reis. Este homem que mandou as suas tropas para a revolução acabou por se suicidar algumas horas antes, com a ideia de que as suas tropas não tinham sido bem sucedidas. As cores que dão vida a este vestido são precisamente o azul e o branco, cores da antiga bandeira, uma vez que o almirante nunca chegou a ver a bandeira actual”, acrescenta a autora da ideia.
O vestido teve por base o fardamento militar, e ganham destaque “as ombreiras, os cortes de militar, as capas ao estilo de D. Manuel II, e bastantes aplicações de diamantes”. Pormenores com os quais, a aluna da academia covilhanense pretende conquistar os jurados. Contudo, Amandine Zimmermann confessa que “chegar a este patamar, numa prova destas é já muito bom”. Um desafio que encarou com sobretudo “como uma forma de aprender, de ganhar currículo e de experimentar e aperfeiçoar técnicas de confecção que não são muito usuais”.
Talvez tenha sido com este mesmo espírito arrojado que João Alberto, aluno do terceiro ano do mesmo curso tenha também lançado mãos à obra e criado uma nova forma de vestir para as mulheres. Este aluno de 20 anos, a terminar a sua licenciatura acaba de ser seleccionado para o programa “Jovens Criadores”, promovido pelo Clube Português de Artes e Ideias (CPAI) e apoiado pelo Instituto Português da Juventude (IPJ) e Secretaria de Estado da Juventude e dos Desportos.
“Morte à princesa” dá nome ao tema do trabalho de João Alberto que pretende acabar “com a clássica camisa muito justa ao corpo que é usual em qualquer toilette feminina”. O aluno lembra que um conjunto clássico de mulher, composto por calças ou saia, e casaco “acompanha sempre com esta camisa muito justa ao corpo que prende os movimentos do corpo, da liberdade quotidiana e ideológica”. Acabar com o tabu “de que a mulher tem de ser uma princesa, e passar a olhar também para o facto do corpo feminino poder ser vestido com roupas mais masculinas, que confiram mais liberdade à silhueta”, é um dos pontos principais do trabalho agora em concurso.
João Alberto garante que uma mulher não precisa vestir roupa clássicas para se vestir de forma elegante, e por isso mesmo, “este trabalho de libertação da mulher” acabou por ser seleccionado entre cerca de 400. Um esforço final está agora a ser feito pelo aluno que tem a oportunidade de participar na 12ª edição deste evento multidisciplinar, que tem por objectivo, a promoção e divulgação dos jovens artistas e das obras nacionais.


Os trabalhos dos jovens alunos da UBI estão entre os melhores do País
Os trabalhos dos jovens alunos da UBI estão entre os melhores do País


Data de publicação: 2009-12-15 00:01:00
Voltar à Página principal

Multimédia

2009 © Labcom - Laboratório de comunicação e conteúdos online, UBI - Universidade da Beira Interior