Equilíbrio na rivalidade colonial marcará a primeira fase do mundial sul-africano

Quarenta e quatro anos depois, o grupo G reúne Brasil e Portugal numa Copa do Mundo de Futebol.

Na última sexta-feira, dia 4 de dezembro, na Cidade do Cabo, o sorteio para o próximo mundial de futebol definiu quais serão os primeiros enfrentamentos da competição que acontece entre Junho e Julho de 2010 na África do Sul. Brasil e Portugal se encontrarão pela 2ª vez na história dos mundiais e as expectativas são controversas entre os brasileiros. As opiniões entre os comentaristas especializados estão bem divididas, alguns acreditam que o Brasil não tem por que temer tanto Portugal quanto Costa do Marfim e Coreia do Norte, temendo mais a possibilidade de encontrar a Espanha na segunda fase. Muitos outros não dispensam o respeito pelas outras seleções, sobretudo à lusa.

Em 2010 acontece o mesmo que na copa de 1966, em que Brasil e Portugal disputaram o último jogo da primeira fase. Mas os brasileiros não esperam repetir o placar: a derrota de 3 a 1 para Portugal ajudou a desclassificar o Brasil na única vez na história das copas em que o Brasil não passa para a segunda fase. Levando-se em conta os jogos mais recentes entre os dois países, os resultados favorecem o Brasil, razão pela qual alguns torcedores não temem a disputa: “O Brasil caiu numa chave tranquila, acessível. "A seleção dessa chave que poderia complicar é Portugal, mas foi uma das decepções das eliminatórias mesmo tendo o melhor jogador do mundo atualmente", diz Juliana Appel, estudante de Educação Física da Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil - UFSM). Para Otacílio Neto, técnico radialista da UFSM, a primeira fase será “moleza”, para ele, a maior ameaça da chave seria a Costa do Marfim, pelo condicionamento físico diferenciado dos jogadores.

Outros torcedores, contudo, não acreditam que vá ser tão fácil assim para o Brasil passar dessa fase, já que o grupo G é considerado o segundo mais disputado da copa. O estudante de cursinho pré-vestibular Marcelo Dias acha que “a principal seleção da chave é Portugal, que conseguiu uma classificação sofrida e com certeza fará uma boa preparação. O Cristiano Ronaldo é um jogador diferenciado como o Kaká, ele pode definir o jogo em uma jogada individual ou em cobrança de falta”. Para o estudante, esta seria a principal limitação do Brasil: carência de bons cobradores de faltas. Mesmo acreditando que Portugal também tem dificuldades em articular o time em função do craque Cristiano Ronaldo, ele confia que ambas as seleções passarão para as oitavas. A opinião é partilhada pelo jornalista Anderson Carpes, que valoriza a presença de Ronaldo na equipe portuguesa e acrescenta o desafio que pode se revelar enfrentar a Costa do Marfim de Drogba.

Se fôssemos generalizar as opiniões, a de Ricardo Gonçalvez, estudante de Medicina da UFSM, seria um bom resumo: “Eu achei um pseudogrupo da morte, para mim é o segundo grupo mais difícil depois do grupo da África do Sul, mas isso é bom para o time já ir se entrosando na primeira fase, para pegar uma seleção ‘média’ nas oitavas e embalar para buscar o hexa... tem o melhor time africano, tem a imensa rivalidade colonial, e a Coreia do Norte que volta à copa desde 1966”. Como de costume, o otimismo marca as expectativas dos brasileiros diante de mais uma Copa do Mundo.

O primeiro jogo entre Brasil e Portugal será dia 25 de junho na cidade de Durban, encerrando a primeira fase do grupo G.