Voltar à Página da edicao n. 516 de 2009-12-08
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      Edição: 516 de 2009-12-08   Estatuto EditorialEquipaO Urbi ErrouContactoArquivo •  
Cartaz da mostra 1º Andar da Quarta Parede

Quarta Parede cumpre objectivo

Chegou ao fim o 1º Andar, actividade organizada pela Quarta Parede, nas cidades do Fundão e da Covilhã. Um evento que tenta renovar a cena artística portuguesa, através da divulgação de projectos de vários géneros.

> Diogo Jesus

“Motor de Busca”, de David Marques, e “Fake,” de Joana Barrios e Joana dos Espíritos, foram os espectáculos levados a cena na BlackBox da Moagem, no Fundão, nos dias 28 de Novembro e 3 Dezembro.

Interpretada por David Marques, “Motor de Busca” está inserida no género de dança, teve a duração de 52 minutos, e baseia-se nas palavras fragmentadas e frases soltas que o personagem vai constituindo ao longo da acção, assentando sobretudo na sua própria relação com as palavras. O trabalho faz um “ponto zero entre o passado e o futuro” e transmite ansiedade e tensão ao espectador. As palavras construídas vão sendo sucessivamente destruídas de modo a que no final só resta a frase “ Nem surpresa nem violência”. A cor vermelha utilizada no material que constitui as palavras pretende dar “a ideia do sangue, de um crime ou de um momento de limite de vida ” diz o autor. Após a apresentação, os espectadores puderam conversar com o criador gerando-se um debate em torno da importância dos diálogos após a representações, algo que para David Marques “é importante poder falar com o criador mas por outro lado é como se queira dar uma imposição da visão do autor”.

 Joana Barrios interpreta “Fake”, uma peça que trata a história de uma jovem que tem tudo aquilo que deseja mas, motivada por várias situações, decide ir para a Mianmar, antiga Birmânia, fazer serviço humanitário e ensinar Inglês às crianças. Ao longo da sua estadia dá-se conta das condições vividas pelos birmaneses impostas pela junta militar, e sem internet depara-se sem as bases que a sustentavam no Ocidente. Vive uma série de peripécias e é desprezada pelos birmaneses por ser portuguesa. Por fim consegue libertar-se e voltar a Lisboa algo modificada por tudo a que foi sujeita. O cenário do espectáculo baseia-se numa mão grande, com um olho desenhado e uma âncora que, segundo Joana Barrios, “representa a nossa cartografia mas também se relaciona com a importância da mão na cultura oriental”. Com um texto bastante simbolista que tenta reflectir “chico-espertice portuguesa que não é boa nem má, é o que é” segundo a criadora.  

Com esta apresentação terminou o 1º Andar – Mostra de Criadores Emergentes 2009, organizada pela Quarta Parede. Segundo Rui Sena, director artístico da Quarta Parede, o “melhor balanço que se pode fazer do 1º Andar, será quando encontrar estes criadores, já como mais experiência e com mais idade”. A Quarta Parede  quer dar seguimento à mostra como um espaço de divulgação de projectos para ajudar a renovar a cena artística portuguesa.

 


Cartaz da mostra 1º Andar da Quarta Parede
Cartaz da mostra 1º Andar da Quarta Parede


Data de publicação: 2009-12-08 00:00:01
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