Isaiah Berlin é recordado na UBI
Comemora-se este ano o centenário do filósofo Isaiah Berlin. A UBI comemorou a efeméride com as jornadas “A busca de Isaiah Berlin”.
> Ana GonçalvesO principal objectivo das jornadas “A Busca de Isaiah Berlin” foi comemorar e recordar o centenário do nascimento deste filósofo. A conferência decorreu no passado dia 4 de Dezembro, durante a tarde, e teve a intervenção de sete oradores.
“Isaiah Berlin não é conhecido por grandes teorias concebidas, até porque nesse âmbito só fez a distinção entre dois termos: liberdade positiva e liberdade negativa. O seu prestígio nasce por ser um grande historiador das ideias” afirma Ana Rocha, investigadora de doutoramento da UBI. Isaiah foi considerado como um dos essenciais pensadores liberais do século XX e foi neste sentido que os oradores debruçaram as suas exposições sobre o filósofo.
Rui Bertrand, do Instituto de Filosofia da Linguagem, e Miguel Morgado, do Instituto dos Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, mostraram as semelhanças e as diferenças entre Isaiah Berlin e Joseph Maister, dizendo que o primeiro era um empirista e pensador moderno, enquanto o segundo era uma figura austera e homem de fé. “Esta jornada é uma espécie de celebração da queda do muro de Berlin” exprime o docente Rui Bertrand.
António Bento, do Instituto de Filosofia Prática da UBI, e João Tiago Proença, docente da Universidade Nova de Lisboa, falaram sobre a condição judaica de Isaiah. António Bento rodeou o assunto com alguma ironia tentando mostrar a dificuldade de ser judeu: “ Isaiah nunca se refere aos judeus como Nós”. Já João Proença mostrou que Isaiah Berlin, ao contrário de Hannah Arendt, não escreveu muito sobre a sua condição judaica, mas considera ser uma questão de sobrevivência.
Para Ana Paula Garcês, docente da UBI, Isaiah Berlin excluiu uma terceira possibilidade entre a liberdade positiva e negativa, uma liberdade que consiste numa ausência de domínio, acrescentando alguns aspectos importantes da vida de Berlin tais como a sua visão sobre a liberdade republicana.
“Pensar em Isaiah Berlin significa, ainda que nada mais se saiba a seu respeito, pensar em liberdade e pluralismo de valores” afirma José Ricardo Costa, do Instituto de Filosofia Prática, acrescentando que o filósofo percebe que o mundo da Filosofia não pode ser separado do mundo das ideias.
José Castello Branco, docente da Universidade Católica, centrou o seu discurso no âmbito da teoria política, afirmando que a ideia de liberdade proposta por Berlin não pode ser vista só como a liberdade positiva e negativa mas deve ser compreendida como uma tentativa de marcação crítica dessas duas linhas com o propósito de abrir caminho a um terceiro conceito de liberdade: uma liberdade pluralista.
A ideia desta celebração surgiu de André Barata, docente da UBI, e de Miguel Morgado.
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