Mudam-se as vontades, nascem novos tempos para as Bandas Filarmónicas
O maestro Paulo Martins foi o convidado da tertúlia “O Futuro das Bandas Filarmónicas”, promovida pela Banda da Covilhã no dia 30 de Novembro no Teatro-Cine da Covilhã.
> Ana GasparAs Bandas Filarmónicas debatem-se com graves problemas, o principal dos quais é a dificuldade em motivar os jovens a integrarem as bandas: “é difícil sensibilizar os miúdos para aprender música, as tradições já não são as mesmas”, afirma o director da Banda de S.Vicente da Beira.
O orador desta iniciativa, Paulo Martins, dirige uma das mais prestigiadas Bandas do país, a Associação Recreativa e Musical “Amigos da Branca”. A apresentação deste maestro baseou-se em três ideias essenciais. A formação dos músicos, pois estes são” a base de todo o processo”, daí ser de “extrema importância a sua formação”. A segunda reflexão passou pela formação dos maestros em vários níveis: “hoje em dia temos em Portugal pessoas em toda as áreas da música, ao nível do que se faz em toda a Europa”, disse Paulo Martins. Os maestros têm a obrigação de “comunicar e estimular os músicos”, está nas mãos do maestro “saber o que quer, conhecer o seu grupo e fazer as escolhas acertadas”. As direcções das Bandas desempenham um papel fundamental para o bom funcionamento destas e devem “estar presentes no dia-a-dia da Banda, ter um papel activo na comunidade em que se insere e criar boas condições de trabalho aos músicos”, acrescenta o maestro.
O convidado considera-se um maestro que prefere não ter uma relação muito forte com os seus músicos “dentro da sala de ensaio sou o maestro, agora fora dela as situações são diferentes”, confidencia. Neste momento, as Bandas encontram-se num patamar em que se torna necessário “promover intercâmbios, desenvolver a imagem da instituição, promover e editar Cd’s e Dvd’s e criar ainda páginas na internet”, diz Paulo Martins. Só assim o mundo das Bandas irá ser “ forte e desenvolvido” conclui o maestro.
O mais importante é não desistir da Bandas. A esse nível, o director artístico da Banda da Covilhã, Eduardo Cavaco, refere a iniciativa das Férias Dó Ré Mi, lançadas pela Banda, como um projecto que tem de ser seguido por outros. Ao recrutarem alunos no final do ano lectivo para os seus tempos livres, os miúdos “adquirem gosto pela música e matriculam-se no ano seguinte”. O sucesso deste projecto está no número de alunos inscritos que passou de “zero inscrições para aproximadamente oitenta”, refere satisfeito Eduardo Cavaco.
O momento musical da noite esteve a cargo dos alunos da Escola Profissional de Artes de Beira Interior (EPABI). O público foi presenteado com quatro andamentos de West Side Story do compositor e maestro Leonard Bernstein.
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