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      Edição: 516 de 2009-12-08   Estatuto EditorialEquipaO Urbi ErrouContactoArquivo •  
A Faculdade de Ciências da Saúde foi o local escolhido para o evento

Sangue Alogénico se torna cada vez mais desnecessário

Seminário em prol da não utilização de transfusão sanguínea em tratamentos médicos reúne membros da Associação dos Testemunhas de Jeová na UBI.

> Monize Medeiros

O tratamento médico sem uso de sangue alogénico foi o tema do seminário realizado na  terça-feira, dia 24 de Novembro. O evento foi promovido pela Faculdade de Ciências da Saúde da UBI e pela Associação das Testemunhas de Jeová.

As novas perspectivas científicas, éticas e jurídicas dos procedimentos médicos foram os aspectos tratados durante o encontro que contou com a participação de alguns membros da Associação das Testemunhas de Jeová, entre eles, Raul Josefino, jurista da associação, e Pedro Candeia, diretor do SIH – Sistema de Informação Hospitalar da associação. O SIH funciona como uma rede de apoio às pessoas que optem a fazer tratamento sem transfusão e também para os médicos e enfermeiros, sendo ou não testemunhas de Jeová, que tenham dúvidas sobre o assunto.

O tratamento sem uso de sangue alogénico começou a ser procurado ainda nos anos 70 devido ao aumento de casos de hepatite entre os pacientes que passaram por transfusões. Há 20 anos participando ativamente da associação, Pedro Candeia afirma que hoje existem mais de 100 mil médicos que se comprometem a essa alternativa e cerca de 80 por cento dos pacientes preferem à não transfusão de sangue, devido ao risco de contrair outras doenças. Os tratamentos realizados sem transfusão tem sido muito bem sucedidos, o risco é tão baixo que se torna aceitável pela grande maioria. Os pacientes apresentam uma recuperação mais rápida, o período de internamento é menor e o custo é mais baixo.

“Com os desenvolvimentos da ciência, em poucos anos a transfusão sanguínea pode estar obsoleta, pois já há medicamentos que permitam o transporte de oxigénio sem ser necessário o recurso de transfusão. Para além disso, também se encontram em fase desenvolvida de estudos as novas alternativas de tratamento, e nós ansiamos por esse tempo”, completa Candeia.

Sobre o ponto de vista ético-jurídico do tratamento, já existem meios legais que garantem ao paciente a liberdade de escolha em receber sangue alogénico ou não. É o chamado direito à autodeterminação, um documento de declaração antecipada em que as pessoas estando em sã consciência estabelecem o tipo de cuidados médicos que desejam receber quando necessário. De acordo com o jurista Raul Josefino, há riscos nos dois tipos de tratamento, com transfusão sanguínea ou sem, portanto não é considerado suicídio ser contra a transfusão. “É o direito de escolha do paciente e os médicos tem que acatar essa decisão. Caso isso não ocorra, o departamento jurídico da associação está aqui para defender os direitos dos pacientes”, conclui Josefino.

O seminário foi uma iniciativa da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI juntamente com a Associação das Testemunhas de Jeová, com o intuito de disseminar as opções legais de tratamento sem uso de sangue alogénico entre os alunos da faculdade, porém poucas pessoas estiveram presente.


A Faculdade de Ciências da Saúde foi o local escolhido para o evento
A Faculdade de Ciências da Saúde foi o local escolhido para o evento


Data de publicação: 2009-12-08 00:00:01
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