“Dramaturgia” no Teatro das Beiras
O espectáculo de teatro foi apresentado na primeira Mostra de Criadores Emergentes 2009, que decorre entre 26 de Novembro e 3 de Dezembro, na Covilhã e no Fundão.
> Andreia GuerraNo dia 27 de Novembro, a Covilhã recebeu o segundo projecto da iniciativa Mostra de Criadores Emergentes 2009. O Teatro das Beiras foi o palco da peça de teatro “Dramaturgia”, da autoria do jovem Dinis Machado.
Rui Sena, director da Quarta Parede, afirma que este evento dá a possibilidade a jovens criadores que iniciam a vida profissional de poderem apresentar os seus projectos, pois “a circulação de qualquer tipo de espectáculos culturais em Portugal é difícil e mais difícil se torna quando são pessoas que acabaram os cursos e estão a iniciar as primeiras criações”, acrescenta. O objectivo deste projecto “é dar visibilidade a novos criadores e renovar a cena artística em Portugal. É importante mostrar novas ideias e novos confrontos em relação ao que é a arte no século XXI”.
Inicialmente, o projecto era para ser um concurso em que se realizava a apresentação de todos as peças e seria atribuído um prémio final ao vencedor, mas a organização defende que “todos os projectos merecem ganhar”, e adianta, “é pago um cachet a cada criador, pois é um trabalho que merece ser avaliado mas também deve ser pago”, afirma Rui Sena.
A peça de teatro “Dramaturgia”, com cerca de meio ano, retrata “um homem que habita uma sala e que os vários elementos presentes, como a mesa, a banheira, o banco, o espelho, entre outros, servem para que ele crie sucessivas cenas de suicídio, que protagoniza com o fim de as registar numa imagem fotográfica. As acções realizadas ao longo da peça são como que uma montagem cénica de consecutivas mortes de si mesmo” afirma José Capela, consultor do projecto apresentado.
Para o jovem criador, Dinis Machado, de 22 anos, para quem o palco é um espaço que acolhe uma história em que o actor cria uma realidade e habita-a. O espectáculo “Dramaturgia” é um processo que tem como objectivo “criar uma expansão artificial da realidade, em que o artista é construído a partir de textos ficcionais sobre artistas, onde criam novos artistas. É como um objecto que se idealiza e se constrói”, afirma.
A Quarta Parede deixa a garantia que a Mostra de Criadores Emergentes terá continuidade, para que os apreciadores de arte tenham a oportunidade de conhecer novos trabalhos, que “podem ser um ponto de partida para algo mais consistente”, conclui Rui Sena.
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