UBI estuda segurança aérea

A Universidade da Beira Interior vai ser a única instituição de ensino superior, do País, a ter um gabinete de estudo de acidentes aéreos. O protocolo assinado com o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA) prevê ainda o desenvolvimento de novos mecanismos de segurança aérea.

A queda de uma aeronave envolve sempre um conjunto de razões difíceis de explicar, sobretudo pelo elevado grau de destruição dos aparelhos. Um vasto conjunto de exames, testes e perícias técnicas aos destroços e às caixas negras dos aparelhos são fundamentais para se conseguir apurar as causas do acidente.
Este tipo de exames requer uma forte componente laboratorial e um vasto conhecimento ao nível dos recursos humanos implicados. Um conjunto restrito de entidades está associado a este tipo de operação, de entre as quais o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA). Esta estrutura associada ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações assinou um protocolo de colaboração com a Universidade da Beira Interior.
Segundo o documento firmado na passada sexta-feira, 27 de Novembro, será instalado na Covilhã um gabinete específico para analisar aeronaves envolvidas em acidentes. Um processo que vai recorrer, quer aos docentes do curso de Engenharia Aeronáutica, quer também ao equipamento laboratorial instalado na UBI. Para além de uma bateria de testes a que os destroços das aeronaves vão estar sujeitos, “há todo um conjunto de novas pesquisas que vão ser feitas, para que se possam desenvolver mecanismos de prevenção de acidentes”, explica Pedro Gamboa, presidente do Departamento de Departamento de Ciências Aeroespaciais.
Esta nova parceria “é mais um reforço no papel da ligação da universidade à sociedade civil”, sublinha também João Queiroz. O responsável máximo pela UBI lembra ainda que “este tipo de intercâmbio, para além de ser mais uma mostra da qualidade do ensino e dos recursos humanos da instituição, vai permitir uma maior investigação que se traduz também na inovação de diferentes componentes”. Este tipo de protocolos “torna a UBI mais forte na sua missão de apoiar a sociedade civil”. Nesta linha está também a opinião de Pedro Gamboa, o docente de Aeronáutica lembra que “esta é mais uma abertura da academia à indústria”. Para além disso, “o propósito da investigação vai estar muito presente”.
Dentro em breve, um espaço nos laboratórios de aeronáutica da UBI vai acolher “os destroços de uma aeronave acidentada em Portugal”, começa por explicar Fernando Reis, director do GPIAA. Todas estas peças do aparelho “vão ser examinadas em vários pontos pelos docentes de Aeronáutica e será depois apresentado um relatório sobre a causa do acidente”. A escolha da UBI, como única universidade a produzir este tipo de trabalhos para o GPIAA deve-se “a todo um vasto conjunto de referências que a tornam ímpar nesta área”. Para além “de ter a única licenciatura em Engenharia Aeronáutica no País, verificámos o vasto trabalho de investigação dos docentes, as condições físicas e sobretudo os recursos laboratoriais”, atesta Fernando Reis.
Para Pedro Gamboa, outra das grandes oportunidades desta parceria “é a do desenvolvimento de novas tecnologias”. A trabalhar com este tipo de desafios “vai existir um maior conhecimento das causas que levam aos acidentes e por isso mesmo, uma maior oportunidade de desenvolver mecanismos que sejam capazes de evitar esses mesmos sinistros”, garante.