A Arte, a Indústria e o Ensino
A máquina mudou a arte…mudou a vida: foi desta reflexão que nasceu a parceria entre a Quarta Parede e o Museu de Lanifícios da UBI, destinada à dinamização cultural da Beira Interior.
> Ricardo FernandesOs alunos da escola primária covilhanense “A Lã e a Neve” foram convidados pela Quarta Parede, Associação de Artes Performativas, a explorar o Núcleo Real Fábrica Veiga do Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior. O objectivo era a descoberta das histórias que o espólio industrial conta e a compreensão da sua influência na criação artística contemporânea. A actividade realizou-se nos dias 18 e 25 de Novembro, na forma do atelier “Como um robot…”, inserido no programa “As máquinas mudaram a arte”
O atelier incluiu diversas actividades, nomeadamente jogos em que as crianças eram “detectives”, investigando o funcionamento de um tear, os maquinismos industriais armazenados no museu e o Arquivo documental. Margarida Jacó, a professora primária, elogiou o método de abordagem escolhido: “enquadrar actividades lúdicas neste programa pedagógico ajuda os miúdos a ver o museu como um espaço de aprendizagem e não como algo estático e aborrecido”. A docente sublinha ainda o alargamento de horizontes sobre o passado histórico da região que a visita proporcionou aos alunos.
A exploração do local foi enquadrada pelas orientadoras da actividade, Sílvia Ferreira e Joana Marques, no contexto da arte contemporânea, através da mostra de algumas obras de arte. A passagem do ritmo e dos artefactos da era industrial para as telas foi realçada no passeio pelos trabalhos de Turner, Manet e outros. Sílvia Ferreira pretende mostrar que “a arte não está desfasada da vida, faz parte dela. A vida tem outra cor quando nos apercebemos que a arte reflecte o quotidiano e este motiva a produção de obras artísticas”. A actriz, em nome da Quarta Parede, espera que “a aprendizagem não tenha acabado no Museu. Vai ser na escola e em casa que os conhecimentos adquiridos se vão desenvolver, através de outras reflexões auxiliadas pelos pais e professores.”
A parte final do atelier consistiu na “transformação” das crianças em robots, vestidas com caixas de cartão e outros adereços que simulavam o aspecto e a locomoção da máquina. Maquinizados à vez, pedia-se aos miúdos-robot que obedecessem às ordens daqueles que ainda eram humanos, numa tentativa de clarificar o conceito de inteligência artificial e chamar atenção para os seus limites.
Além de actividades destinadas ao Ensino Básico, o programa pedagógico "As máquinas mudaram a arte" abrange outros públicos de diferentes idades. No dia 28 decorreu um atelier destinado aos alunos do Ensino Secundário, na Escola Frei Heitor Pinto, sobre a História da Arte contemporânea e a influência da tecnologia na composição musical. Para pessoas com 15 anos ou mais, há o curso de arte contemporânea, dividido em sessões mensais que se estendem até Junho de 2010, sendo a próxima no dia 19 de Dezembro. Todas as informações relativas a programas e contactos estão no website da Quarta Parede.
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