Todos os anos, principalmente nos meses de Outubro e Maio, os estudantes procuram as lojas onde se vendem os trajes académicos. Contudo, a indumentária do estudante universitário parece ter deixado de ser uma prioridade, provavelmente devido à crise.
Efigénia Sarmento, proprietária e costureira da loja Cloak, na Covilhã, confessa que “com a crise, poucos são os estudantes que compram o traje académico”. A sua loja vende trajes femininos e masculinos, mas também as togas para os docentes universitários. Trabalha há 50 anos na profissão e admite que sempre utilizou os mesmos métodos de confecção.
Em 2007, a costureira recebeu uma proposta da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI): a Associação sugeriu à proprietária uma parceria na comercialização do traje académico, requerendo assim os direitos sobre o traje oficial dos ubianos. A ideia de patentear o traje surgiu no mandato de Fernando Jesus, presidente da AAUBI, tendo tido seguimento nas direcções posteriores. No entanto, Efigénia Sarmento não cedeu à proposta, afirmando mesmo que, independentemente do que vier a acontecer, não deixará de vender trajes.
Pedro Venâncio, actual presidente da AAUBI, considera que o grande objectivo da comercialização do traje passa por “controlar a sua produção, dando seguimento à tradição académica e aos processos de fabrico”. Todavia, a Associação considera que alguns fabricantes não têm aceite estes objectivos. Ainda assim, a Associação pretende “tirar partido financeiro de uma criação que pertence aos alunos e ex-alunos da UBI”. O presidente da associação referiu que se “iniciaram contactos para estabelecer protocolos de comercialização e fabrico do traje académico”, e que neste momento o processo está em fase final.
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