Prémios Nobel e IgNobel estatisticamente falados
História, pensadores, teorias, livros, citações e exemplos práticos na vida real de estatística: um painel completo ao qual alunos e professores tiveram acesso.
> Rui FerreiraMostrar de que forma a estatística e as probabilidades contribuem para transformar informação em conhecimento foi a grande ideia que Dinis Pestana, professor catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, transmitiu no passado dia 14 de Novembro em mais uma edição das Tardes da Matemática, na Biblioteca Central da Universidade da Beira Interior.“O que mudou o mundo foi a capacidade de lidar com a incerteza. A ciência domesticou a incerteza com estatística e probabilidades, transformando o bom senso em números” referiu o docente convidado.
Tendo como tema “Grandezas e Misérias da Estatística – Prémios Nobel e Prémios IgNobel”, Dinis Pestana fez ver de que modo a estatística pode estar relacionado com este tipo de prémios. “Qualquer pessoa que ganhou o prémio Nobel da ciência teve que usar estatística, para falsear hipóteses” exemplificou Dinis Pestana. Apesar de considerar a estatística “uma serva de todas as ciências”, reconhece que “em certas ocasiões é muito mal usada”. Destacou a título de exemplo o prémio IgNobel da química de 2008 recebido por seis pessoas, três por descobrirem que a Coca-Cola é um espermicida eficiente e as outras três por descobrirem que não é. “Isto é má ciência porque os resultados não foram repetíveis”.
O também investigador do Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa não se limitou a mostrar ideias. Com um baralho de cartas e um quadro ia interagindo com a audiência explicando matematicamente as suas ideias pois “uma simples resolução de problemas sem teoria por trás não é nada” afirmou.
A palestra, que teve a presença de cerca de 35 pessoas, maioritariamente docentes, foi uma iniciativa conjunta da UBI e da Delegação Regional Centro da Sociedade Portuguesa de Matemática. Maria Eugénia Ferrão, membro representante dos órgãos disse que o principal objectivo das Tardes da Matemática é a divulgação científica da Matemática. A professora ubiana declarou ainda que “a ideia é levá-las até aos jovens" e para isso tentam escolher temas e oradores apelativos, mas têm "tido dificuldades em cativar a juventude”.
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