Festa, prevenção e Rock n’ Roll

Fonzie, Pontos Negros e Doismileoito constituíram o cartaz da quarta noite de concertos da Recepção ao Caloiro 2009/2010, na Universidade da Beira Interior.

Ao som tradicional da noite de tunas seguiram-se os acordes eléctricos na madrugada de quinta-feira, com um programa roqueiro. As bandas do palco principal, a tenda electrónica e os espaços de lazer alternativos animaram o serão no pavilhão da ANIL.
Os Doismileoito abriram a sessão de concertos, ainda com poucos espectadores no recinto. O jovem trio aposta na “concentração, responsabilidade e qualidade musical” para ganhar a adesão do público e faz questão de “aprender e partilhar experiências com novas bandas”.
Já com um público mais numeroso, p programa prosseguiu com os Pontos Negros. A banda de Queluz exibiu o repertório do álbum Magnífico Material Inútil.
Os Fonzie, liderados por Hugo Maia, agitaram a multidão ao som de êxitos como Gotta Get Away e chamaram ao palco um grupo de espectadores para dançar com eles a última música do concerto. O vocalista confessa que o fizeram para “sentir a emoção do público e apagar a distância” entre a banda e os fãs. “O que interessa é a diversão”, mas não esquecem que “é preciso inovar constantemente para ganhar novos públicos e fãs”. O grupo, com novo álbum previsto para o início do próximo ano, não descura o público estudantil, que diz ser “sempre muito animado”.
O último a pisar o palco foi DJ Jiggy, um dos pioneiros da música electrónica em Portugal, que fechou as portas do recinto ao som de um estilo tecnho.
A par da música, a organização e segurança foram vectores fundamentais do espectáculo. Daniel Vicente e Bruno Almeida, vigilantes, denunciam as “questões difíceis relacionadas com jovens alcoolizados. Pessoas cada vez mais jovens cometem cada vez mais excessos”, que se traduzem em “actos de agressão e vandalismo”, enfatizam. Para combater os abusos, o recinto recebeu iniciativas como o projecto UBI acolhe, cujo objectivo é a prevenção e minimização de danos na área da droga, álcool e sexualidade. Foi criado um espaço de descanso junto ao guarda-roupa, onde era possível conversar, pintar, jogar às damas e beber chá, por exemplo. José Pedro Dias, um dos voluntários do programa, revela que o objectivo do projecto é consciencializar os jovens, dado ser “impossível impedir as práticas perigosas. A informação existe, mas os jovens usam-na mal ou nem sequer a usam”, lamenta. Com um objectivo semelhante, funcionou a iniciativa Vive a Noite, que além de dar aconselhamento, possuía equipamentos de primeiros socorros.
A Associação Académica da UBI foi enaltecida pelos alunos devido à organização competente de eventos: “o cartaz está bom, mas os preços podiam ser melhores. De qualquer forma foi um trabalho bem feito dado que a nova equipa da AAUBI é ainda recente”, diz Daniel Cruz, aluno do curso de Design Multimédia. Maria Sá, de Marketing, subscreve a crítica aos preços, mas realça o esforço em promover a segurança.
No final da noite, a maioria das pessoas dispersou-se pelas barracas de comida e bebida junto ao recinto e passou pela tenda electrónica. Foi disponibilizado um autocarro gratuito para levar as pessoas ao centro da cidade.