Programar o futuro do jornalismo
Telemóveis, portabilidade, jornalismo e cidadãos, foram alguns conceitos que estiveram no centro da discussão no 1º Encontro da Montanha. A iniciativa partiu do Laboratório de Conteúdos On-line da UBI (Labcom) e juntou profissionais da área, académicos, investigadores, empresas, com o objectivo de traçar linhas de acção para o futuro.
> Eduardo AlvesNunca as já velhas paredes de granito da Pousada da Juventude, nas Penhas da Saúde, tinham visto tanta tecnologia junta. O futuro das redes móveis, do jornalismo e, em certa medida, da comunicação, passou por aquele edifício já histórico.
Foram muitos os que aderiram ao 1º Encontro da Montanha, promovido pelo Labcom, e que teve como tema central, o jornalismo e as novas redes móveis. Num espaço diferente do habitual, enquadrado pela beleza da Serra da Estrela, jornalistas, investigadores, informáticos e empresários de diversas áreas conheceram a oportunidade de apresentar as suas impressões sobre um meio que está num rápido processo de evolução. O objectivo principal deste evento, tal como refere João Canavilhas, docente da UBI e investigador do Labcom, “passava essencialmente por juntar os vários intervenientes neste processo e falar sobre a teoria vinda das academias, mas também das necessidades das operadoras móveis, dos produtores de software e dos produtores de conteúdos, neste caso, jornais, televisões e rádios”.
O elevado número de participantes e também “a qualidade das apresentações” leva este responsável a acreditar que “foi possível fazer um esboço muito aproximado da situação vivida nestes sectores e a partir daqui será possível trilhar caminhos naquilo que pensamos ser o campo do jornalismo para telemóvel, que era o que nos interessava”.
O evento foi aberto com a intervenção de António Fidalgo sobre Jornalismo e Telemóveis, seguindo-se o Painel Academia e as Aplicações Informáticas. Durante a tarde de sábado, tempo para debater os Meios de Comunicação e também as Operadoras Móveis. A iniciativa terminou com a comunicação de Juan Miguel Aguado, da Universidade de Múrcia, que falou dos “meios líquidos” e a integração do meio móvel no ecossistema mediático.
Um debate onde algumas das operadoras de telemóveis, canais de televisão e jornais on-line, mostraram os seus mais recentes produtos para os dispositivos móveis. Mas também onde os informáticos e produtores de conteúdos encontraram espaços para falar sobre os avanços neste domínio e até onde a tecnologia hoje já consegue levar a comunicação. A todos estes dados informativos juntaram-se ainda as considerações de académicos e docentes destas áreas que apresentaram conclusões dos projectos e experiências que as diferentes academias têm vindo a realizar. O resultado foi um conjunto de reflexões sobre um tema pouco estudado, e por isso a organização disponibilizou resumos de todas as intervenções no blogue do evento.
Para João Canavilhas, vão existir mais encontros similares e com outras temáticas, “mas certamente voltaremos a este tema porque houve intervenções muito completas nos vários campos e como este é um fenómeno que está a evoluir muito rapidamente, pensamos que no prazo de um ano teremos muitas novidades neste campo, o que levará a uma nova abordagem”, garante. Neste tópico, o investigador do Labcom garante também que “este foi o primeiro de um conjunto de eventos”. Neste encontro, o tema central foi o Jornalismo e os Dispositivos Móveis, mas já está marcado para Abril um novo encontro, desta vez com a Comunicação Política no centro do debate. Canavilhas sublinha que “são iniciativas onde se pretende analisar os temas da actualidade e os vários campos de investigação do Labcom”.
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