Seminário “Televisão Digital Terrestre”

As vantagens e as desvantagens da nova tecnologia de difusão terrestre foram motivo no seminário “Televisão Digital Terrestre” na Universidade da Beira Interior

Em 2012, as emissões do sinal analógico da televisão “tradicional” serão substituídas pelas de televisão digital em todos os países da União Europeia. Com a data no horizonte, o assunto ganhou uma nova actualidade e, na passada quarta-feira, 21 de Outubro ,a Faculdade de Engenharia da UBI organizou um seminário intitulado “Televisão Digital Terrestre” (TDT). O evento, iniciado às 14h30, teve como objectivo apresentar aos alunos de Electromecânica o estado actual da TDT em Portugal e no Espaço Europeu, discutir as suas vantagens, expor quais as dificuldades desta nova plataforma, preparando-os para um futuro de desafios onde a capacidade de inovação é a resposta para potenciar um mundo em movimento.
Rui Mendes e Jorge Sousa, representantes da Viatel, empresa de tecnologia de comunicação, Luís Rodrigues, membro da Portugal Telecom e António Navarro, professor do Instituto de Telecomunicações da Universidade de Aveiro, foram os convidados para a apresentação do tema.
A “Televisão Digital Terrestre” é uma nova tecnologia de difusão terrestre (através de antenas) em sinal digital que irá substituir a actual televisão analógica. Com a TDT, “os sons e as imagens dos diferentes canais televisivos são digitalizados, codificados e difundidos através do ar pelos outros emissores” disse Rui Mendes. Acrescentou ainda que “este sinal é recebido, por intermédio das antenas individuais ou colectivas dos edifícios, e convertido novamente no som e na imagem de cada canal televisivo pelos descodificadores TDT instalados nas casas”.
Com a nova tecnologia, os portugueses que vêem os quatro canais analógicos através da televisão tradicional vão beneficiar de uma melhor experiência de visualização televisiva, uma vez que a TDT disponibiliza um canal de Alta Definição onde a imagem se apresenta mais nítida e viva, sem ruído ou interferências. Permitindo uma melhor recepção, funcionalidades de programação, maior interactividade por parte do telespectador, uma multiprogramação eficiente, fácil portabilidade, redução dos custos de difusão no futuro e expectativas ao nível do crescimento de emprego neste mercado e nas TIC, Tecnologias de Informação e Comunicação.
Segundo Rui Mendes, as dificuldades até agora encontradas com a aplicação desta nova plataforma estão relacionadas com a instalação de emissores de TDT, afirmando que “são dificuldades ao nível das condições existentes próprias de cada local, negociações e licenciamento municipal e manutenção de infra-estruturas”.
Para António Navarro, especialista na área TDT, “esta tecnologia fibral põe de parte qualquer outra tecnologia” e foca o seu discurso no estudo que desenvolveu no Instituto de Telecomunicações de Aveiro acerca de uma inovadora plataforma de telecomunicações móvel para terminais em movimento, através da combinação de duas redes sem fios (DVB- Digital Vídeo Broadcast e WIMAX- Worldwide Interoperability for Microave Acess).
De acordo com o estudo realizado por António Navarro, “a meta foi obter imagens de alta definição a uma velocidade máxima de 200km por hora, que favoreça uma grande mobilidade”, explicou o coordenador do projecto e docente da Universidade de Aveiro.
A Portugal Telecom irá instalar toda a infra-estrutura de rede necessária para cobrir todo o país com TDT. Para que o utilizador possa usufruir desta nova tecnologia terá apenas de adquirir um descodificador compatível com a tecnologia DVB-T e com a norma MPEG4/H.264.
O prazo estabelecido para o Swith-off- “desligamento” da actual transmissão analógica está previsto para Janeiro de 2012.