“Hotel de Província” instala-se em Montemor-o-Novo
Um dos mais recentes trabalhos do teatro das beiras vai agora estar em Montemor-o-Novo. A peça “Hotel de Província” marca presença no palco do Cine Teatro Curvo Semedo, já no próximo dia 12 de Setembro, pelas 21.30 horas.
> Eduardo AlvesO Teatro das Beiras apresenta um dos seus mais recentes trabalhos, “Hotel de Província”, no Cine Teatro Curvo Semedo, em Montemor-o-Novo, no próximo dia 12 de Setembro, pelas 21.30 horas.
Estreada em 2 de Outubro de 2008, ”Hotel de Província” de Aleksandr Vampilov, é um espectáculo construído a partir da comédia em um acto, “Incidente com um compaginador”, com encenação de Gil Salgueiro Nave.
A acção desenrola-se num hotel estatal algures na longínqua Sibéria onde o protagonista, um funcionário público de irrelevante importância social, se comporta como um cacique de poderes ilimitados, excedendo-se no seu exercício. Os conceitos de ordem e disciplina ganham um estranho sentido absurdo e incongruente num pequeno mundo donde parece ter-se ausentado a sensatez e a humanidade. A chegada de um novo hóspede ao hotel e uma vez equivocada a sua identidade, põe toda a estrutura de poder e chefia em causa, o hotel entra em colapso e desmorona-se caoticamente.
Como em outros momentos da história do teatro, também aqui a comédia é a forma de exorcizar fantasmas e pôr a ridículo os “poderosos” mesmo se o seu poder é mesquinho, insignificante e efémero.
Vampilov denuncia nesta comédia, a corrupção não apenas nas altas instâncias, mas nos mais pequenos funcionários, insignificantes sem identidade mas que mesmo assim exercem o seu escasso poder de forma tirânica.
Apesar da sua curta carreira, interrompida tragicamente aos trinta e cinco anos de idade, Vampilov marcou definitivamente uma nova geração de autores, podendo mesmo falar-se do teatro russo pós Vampilov, onde é latente a memória de Tchekov ou Gogol.
A tradução desta peça está a cargo de Luís Nogueira e a encenação é de Gil Salgueiro Nave. Luís Mouro assina a cenografia e figurinos e Vasco Mósa, a iluminação e sonoplastia. João Antão é o responsável pela fotografia. A interpretação fica a cargo de Fernando Landeira, João Ventura, Luís Campião, Rui Raposo Costa, Sónia Botelho e Teresa Baguinho.
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