PCP apresenta candidatos no Tortosendo
O secretário-geral do Partido Comunista voltou ao Tortosendo. Depois de ter estado na “vila vermelha” há cerca de um ano, o responsável máximo foi novamente recebido por cerca de uma centena de militantes no Parque de Merendas.
> Eduardo AlvesA sombra dos pinheiros mansos e dos ciprestes parecia ser a única protecção face ao Sol impiedoso que levava as temperaturas até cerca dos 40 graus. Uma tarde onde o Parque de Merendas do Tortosendo voltou a ser local de convívio para cerca de uma centena de militantes e simpatizantes do PCP.
Os primeiros começaram a chegar às 15 horas prontos para a “tarde de convívio” prometida pela estrutura distrital desta força política. Jogos tradicionais, fados e guitarradas e merenda repartida que ia sendo acompanhada pela “mini Sagres fresquinha” e o vinho tinto.
Duas horas depois, pouco passava das 17, lá chegava Jerónimo de Sousa. O secretário-geral do PCP veio “a uma terra de operários e de gente sofrida” apresentar a lista de candidatos a deputados da Assembleia da República, pela CDU, nas próximas eleições legislativas de 27 de Setembro.
Há cerca de 20 anos que o PCP não ganha a Junta do Tortosendo, mais tempo do que governou a freguesia no pós Revolução de Abril. Uma terra de operários e simpatizantes do PCP que levou mesmo a que alguns a chamassem então “Vila Vermelha”. Jerónimo nada quer dizer disso, e ganha alento nos resultados das últimas europeias, em que o PCP subiu bastante para fazer da maior freguesia do concelho da Covilhã “um exemplo de como o partido está a ganhar mais força e mais votos”. Outro pilar de apoio a “um bom resultado” está “na gente jovem que cada vem em maior número às iniciativas comunistas”, sublinha.
O secretário-geral aproveitou a oportunidade para tecer críticas ao actual primeiro-ministro. O socialista José Sócrates foi o alvo das palavras de Jerónimo de Sousa que lembrou as atitudes “da maioria”. Arrogância e autismo são alguns dos comportamentos “de quem governo o País”. A figura máxima do PCP lembrou ainda aos militantes que Sócrates e a sua equipa governamental não foram capazes de fazer face “às graves condições de crise em que se encontra Portugal”. A título de exemplo, o secretário-geral do PCP lembra o caso “do distrito onde estamos, e onde não houve qualquer melhoria”. A falta de investimento público, de medidas concretas de combate à crise “deixaram o cenário do País igual ao que existia antes deste governo estar em funções”.
Foi através da voz de Ana Leitão que foram apresentados os oito nomes que compõem a lista da CDU às próximas legislativas. Uma equipa formada por quatro mulheres e quatro homens e encabeçada por Luís Garra. Da equipa fazem parte Joaquim Bonifácio, Cristina Gavinhos e António Fernandes de Matos.
Luís Garra, cabeça de lista da CDU por Castelo Branco espera conseguir ser eleito para a Assembleia da República e por isso mesmo, no passado sábado, garantiu que se tal acontecer “os compromissos eleitorais apresentados até 27 de Setembro, vão ser cumpridos, sobretudo, a realização de um contrato de progresso e desenvolvimento, de justiça e de bem-estar para o distrito”. Esta lista é de “elevadíssima qualidade, é abrangente e representativa cobrindo a quase totalidade do distrito e representa importantes sectores e camadas da população”, adianta Garra. O candidato sublinhou também o facto da lista ser composta por quatro mulheres e quatro homens, o que “como sempre acontece na CDU, dispensa o sistema de quotas para valorizar a importância e a necessidade da participação das mulheres na vida política e social”.
Garra não esqueceu o recente veto do Partido Socialista ao Plano de Emergência para o Distrito de Castelo Branco. Segundo o cabeça de lista, “o PS mostrou o que é e os deputados do PS eleitos pelo distrito mostraram que entre os interesses do distrito e do seu povo e a disciplina partidária optam por esta”. Acrescentando que “também o PSD e o CDS, que se abstiveram, e mostraram que se fossem governo fariam exactamente o mesmo que o PS”.
Num discurso onde não foram esquecidos “os 10 mil desempregados do distrito”, Garra sublinhou a situação das trabalhadoras da Mateus & Mendes, da Cerval e da Casa e Botão, trabalhadoras da Avri “que vão entrar em Lay-Off e que legitimamente se interrogam quanto ao que vai acontecer no regresso”, da Carveste e da antiga Massito, e da Vesticon. Mas também “não posso deixar de exortar os mineiros da Panasqueira a manterem a sua unidade, nem posso deixar de dar uma palavra de ânimo e de esperança aos micro e pequenos empresários e aos jovens do nosso distrito apelando para que não percam a esperança”, reiterou.
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